Um pouco de meu trabalho pedagógico. A educação é projeto ,e,mais do que isto,encontro de projetos;encontro muitas vezes difícil,conflitante,angustiante mesmo;todavia altamente provocativo,desafiador,e,porque não dizer,prazeroso,realizador. Celso Vasconcellos
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
A IMPORTANCIA DA BRINQUEDOTECA.wmv
Este video extrai do Curso da Valéria que estou participando . Muito bom
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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15:59
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Estudo de caso “ Jonas”: Contribuição psicopedagógica diante da Epistemologia Genética, Neuropsicologia e Psicanálise para a instituição escolar.
Patricia Leuck –
Introdução
Dentro das instituições de ensino deparamo-nos com muito casos de dificuldades de aprendizagem, que transformam a vida dos alunos, de seus educadores e pais em um verdadeiro quebra-cabeças gigante, onde vamos procurando encaixar as peças. Assim é mais este caso que encontramos: Jonas,um menino de oito anos de idade freqüentando o 2º ano do Ensino Fundamental, que demonstrava dificuldades na leitura e na escrita, e principalmente, grande dificuldade de lidar com a realidade e de concentrar-se em si mesmo.
Dificuldades estas, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grande importância para seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Portanto, os obstáculos funcionais orgãnicos, aliados a fatores emocionais, interferem diretamente em seu desempenho escolar.
Assim, neste artigo abordaremos a importância da Epistemologia Genética, da Neuropsicologia e da Psicanálise no auxilio das dificuldades de aprendizagem nas instituições de ensino.
Como fatores genéticos, orgânicos e emocionais podem interferir no desenvolvimento dos individuos e como essas áreas têm grande influência sobre o processo de ensino-aprendizagem; e seu auxilio na compreensão, para explicarmos os fenômenos pedagógicos que encontramos no nosso dia-a-dia.
Então, juntemos a Epistemologia genética que busca conhecer a origem ( genêse), ou seja, faz uma abordagem do sujeito em seu processo de construção do conhecimento, com a Neuropsicologia, que ressalta a importância do estimulo para o corpo como um todo até chegarmos na Psicanálise que comprova que somos constituidos como sujeitos desejantes do saber, aliadas em conjunto com a psicopedagogia, para apresentarmos uma receita de sucesso nas instituições de ensino, buscando sempre a coerência, a paciência e tolerância na medida certa, para no final alcançarmos o sucesso escolar.
Contribuição psicopedagógica
Percebemos o mundo através do nosso cérebro, que entra em contato com o ambiente por meio dos órgãos dos sentidos, que respondem aos diversos estimulos. Assim, destaquemos a grande importância da neuropsicologia dentro das escolas : se não estimularmos o corpo como um todo, poderemos fazer uma interpretação incorreta, interferindo na aprendizagem.
Sara Paim ( 1989) afirma que:
A origem de toda aprendizagem está nos esquemas de ação desdobrados mediante o corpo. Para a leitura e integração da experiência é fundamental a integridade anatômica e de funcionalismo dos òrgãos diretamente comprometidos com a manipulação do entorno, bem como os dispositivos que garantem sua coordenação no sistema nervoso central. ( p.29)
Ela aponta ainda que tanto nas escolas como em clinicas, vemos as dificuldades de nossos alunos apenas como manisfestações dos problemas afetivos, cognitivos ou emocionais, deixando de lado os aspectos orgânicos;o corpo e o organismo, pois quando há uma disfunção neurológica ou endocrinológico refletirá certamente na aprendizagem do individuo.Daí a importância do sistema nervoso central que Pain tanto menciona em suas obras: ele é o grande coordenador de todos os dispositivos corporais, bem como de seu funcionamento nas relações com o meio ambiente.
Diversas alternativas nos possibilitam para direcionar nosso olhar psicopedagógico, trabalhando multidisciplinarmente, envolvendo estudos sobre o sistema nervoso central e suas diferentes manifestações: linguagem e raciocínio lógico. Buscamos nas neurociências a explicação e intervenção dos mecanismos neuronais que sustetam atos cognitivos, perceptivos, motores, sociais e emocionais.
Kandel et al. ( 2000) ao conceituar a neuropsicologia esclarece que, além de fornecer informações sobre o comportamento, tendo como escape atividade cerebral produzida por milhões de células neurais, também trata das influências do ambiente incluindo-se nelas, as relações interpessoais.
Vários psicanalistas buscam elos entre as relações fisiológicas com o psiquismo, dentre todos Monah Winograd escreveu um artigo sobre freud publicado pela Revista Percurso, nº 28, 1/2002 com o titulo “ Freud, o corpo e o psiquismo”, o qual ela cita os pensamentos do pai do psiquismo:
A conexão entre processos fisiológicos e processos psicológicos não é de causalidade mecãnica: são processos paralelos, concomitantes e dependentes reciprocamente uns dos outros. Podemos dizer que cada um é causa do outro e de si mesmo, cada ocorrência numa das séries produz efeitos nesta mesma série e na outra. Deste ponto de vista, é problemático qualquer discurso que pretenda reduzir uma série à outra, seja biologizando o sujeito, seja o psicologizando-o. A psicanálise está assentada neste paralelismo psicofisico de Freud que, provavelmente, é o seu pressuposto mais importante.
Para compreendermos o funcionamento intelectual da criança, a neuropsicologia pode recorrer a diversos profissionais, tais como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos,etc, promovendo uma intervenção terapêutica mais eficiente.
Ao referir-mo-nos em dificuldades de aprendizagem, Tiosso (1989,1993) assinala que reprovações escolares têm multiplas etiologias. No processo ensino-aprendizagem, consideramos que uma avaliação global das funções psicológicas deve levar em conta todo mecanismo cerebral, nos seus niveis sucessivos de evolução. Assim, a avaliação neuropsicológica é a única forma possivel de se avaliar uma determinada função.
Podemos conceituar o organismo fisiológico como sendo uma máquina cibernética, na qual vigora a norma do equilibrio. Adaptação como equilibrio. Trata-se do que Piaget ( 1936/1956) denomina de adaptação-estado: equilibrio é adaptação estado. Necessitando transitar da vida para o comportamento. Em suma, o sujeito age. E agir significa assimilar o meio e se acomodar a ele.
O ser humano nasce com a possibilidade de interagir com o meio, construir seus esquemas de ação, e, assim, interagir em sistemas cada vez mais abrangentes.
Piaget conceitua a inteligência sendo uma adaptação, porque o sujeito deve sentir-se bem em seu meio. Esta adaptação é composta por três mecanismos: assimilação, que é o apreender novas experiências, que podem ser generalizadas e transpostas para outra ação. A acomodação, o sujeito é pressionado a mudar suas ações, levando-o á equilibração que é um processo ativo, onde o individuo reage a um problema, ou seja o sujeito abre-se ao mundo e encontra-se com ele.
Paul J. Eslinger, em seus estudos neuropsicológicos demonstra sendo muitas diferenças entre as funções executivas da inteligência geral e da memória, o que se traduz como um cuidado conceitual, tanto no diagnótico quanto na intervenção psicopedagógica :
As áreas do cérebro que possibilitam funções executivas são as últimas a amadurecer sendo que, progressivamente vão permitindo: dominar os conhecimentos para fatos, números, palavras e imagens. Tais funções são indispensáveis para nossas atividades e para as adaptações ao contexto que nos rodeia porque são responsáveis, em cada um de nós, pela consciência em relação ao nosso conhecimento e ao nosso desconhecimento.
Contudo, o que se enfatiza é o ajuste ao mundo, porque é somente assim que as estruturas assimilativas do sujeito são alargadas, o que amplia sua inteligência do mundo bem como lhe propicia os elementos para a critica de seus próprios limites: o sujeito tem uma finalidade, que é a de romper seus próprios limites e conquistar a compreensão do mundo. O sujeito crítico-hermenêutico: o sujeito que compreende o mundo e é critico de si.
O sujeito age e se apropria do objeto de conhecimento, atribuindo-lhe significado próprio, de acordo com as suas possibilidades de entendimento até então desenvolvidos.
Em sala de aula., Teberosky( 1989) descreve situações de interação social de crianças em fase de alfabetização e, defende que estas elaboram suas idéias sobre a escrita pelo mecanismo da assimilação de informações do ambiente, sendo indispensável o auxilio do professor, que amplifica o acesso dos alunos a propriedades do sistema da escrita, algo de natureza inerentemente social.
Para a psicanalise, o afeto é deteminante para que aconteça a aprendizagem, pois é o gerador do desejo de saber, á necessidade de conhecermos melhor o aluno para nos relacionarmos melhor, a necessidade de conhecermos as fases do desenvolvimento afetivo do aluno para que nos relacionemos de acordo com as caracteristicas e os desejos presentes em cada uma dessas fases.
Aspectos estes, relacionados a objetos de estudo da psicanálise: constituição do sujeito, determinação das pulsões, dos desejos e do outro no processo de desenvolvimento, mecanismos de defesa, fases de desenvolvimento psicossexual. Quando os educadores se familiarizarem com as descobertas da psicanálise, será mais fácil se reconciliarem com certas fases do desenvolvimento infantil.
Existem a fase oral( do nascimento aos dois anos), a fase anal ( dos dois anos aos três anos), a fase fálica ( dos três anos aos sete anos), a fase de latência ( dos sete aos doze) e a fase genital (dos doze anos em diante). Para os educadores, torna-se necessário o conhecimento sobre estas fases, pois elas são determinantes para a personalidade do adulto. Nelas estão situadas as causas das neuroses infantis ou adultas, no caso de terem vivenciado traumas e recalcamentos em consequência de ações educativas excessivamente rígida e punitiva.
Para Freud a vida adulta é decorrente do que aconteceu na infância. A psicanálise contribui para a educação deixando o conhecimento de que as questões emocionais/afetivas determinam ,comandam e interagem com o que sentimos, pensamos, aprendemos e agimos. Assim, se a criança, no caso em questão, o menino Jonas, estiver conturbado emocionalmente, seu potencial para aprender, agir e pensar não se explicita, ficando enclausurado em seu mundo.
Na escola, se conhecida essas fases e valorizadas todas estes esquemas corporal – orgânico, ajudará o psicopedagogo e os professores a compreenderem que determinados comportamentos dos alunos são intrínsecos.
Reclamar, punir, criticar ou insistir que aprendam com mais dedicação ou com práticas de ensino mais exigentes, não irá modificar seus comportamentos, mas poderá acarretar sentimentos contraditórios, inclusive de baixa auto- estima. A criança precisa sentir o desejo, a pulsão pelo aprender, para conhecer tudo o que a cerca, basta apenas oferecer condições para que isso ocorra. Observar as crianças quanto as suas necessidades e interesses e com elas dialogar sobre estratégias mais oportunas para a transmissão do conteúdo.
É preciso ensinar os alunos a pensar, e é impossivel aprender a pensar em um regime autoritário. Pensar é procurar por si próprio, é criticar livremente e demonstrar de forma autônoma.
Considerações finais
A capacidade que o ser humano têm em relação a aprendizagem é um fato evidente. Saber compreender os estágios cognitivos, o funcionamento fisiológico dos alunos torna-se prioritário no fazer psicopedagógico e educacional.
Saber escutar, questionar a criança, perceber qual entendimento ela possui de sua realidade, dos valores morais, e da lógica, cria uma habilidade de avaliação rica, capaz de encaminhar o psicopedagogo ou os educadores para uma conclusão lógica sobre o potencial de aprendizagem da criança em questão.
Compreender o processo de pensamento de Jonas. Investigar o seu nível operatório, para que sejam ajustados as propostas de ensino às suas condições reias de aprendizagem. Instiga-lo e provocar-lhe o desequilibrio necessário, lhe possibilitará a reflexão sobre novas formas de pensar sobre sua realidade, possibilitando assim, o avanço de seu nivel operatório ou de abstração.
Os problemas de aprendizagem surgem por falta de possibilidade da criançaaprender, onde não possui a curiosidade desperta, não possui autoria de pensamento.
Todo pensamento, todo comportamento humano remete-nos à sua estruturação inconsciente, como produção inteligente e, simultaneamente, como produção simbólica.
A interpretação do discurso não pode ser feita sem levar em conta o nível da realidade, pois a realidade é a prova: sem levar em conta a leitura inteligente dessa realidade que lhe dá sua coerência:sem levar em conta a dimensão do desejo, que é sua aposta, sem levar em conta sua modalidade simbólica que lhe dará sua paixão. SARA PAIM (p.233)
Introdução
Dentro das instituições de ensino deparamo-nos com muito casos de dificuldades de aprendizagem, que transformam a vida dos alunos, de seus educadores e pais em um verdadeiro quebra-cabeças gigante, onde vamos procurando encaixar as peças. Assim é mais este caso que encontramos: Jonas,um menino de oito anos de idade freqüentando o 2º ano do Ensino Fundamental, que demonstrava dificuldades na leitura e na escrita, e principalmente, grande dificuldade de lidar com a realidade e de concentrar-se em si mesmo.
Dificuldades estas, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grande importância para seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Portanto, os obstáculos funcionais orgãnicos, aliados a fatores emocionais, interferem diretamente em seu desempenho escolar.
Assim, neste artigo abordaremos a importância da Epistemologia Genética, da Neuropsicologia e da Psicanálise no auxilio das dificuldades de aprendizagem nas instituições de ensino.
Como fatores genéticos, orgânicos e emocionais podem interferir no desenvolvimento dos individuos e como essas áreas têm grande influência sobre o processo de ensino-aprendizagem; e seu auxilio na compreensão, para explicarmos os fenômenos pedagógicos que encontramos no nosso dia-a-dia.
Então, juntemos a Epistemologia genética que busca conhecer a origem ( genêse), ou seja, faz uma abordagem do sujeito em seu processo de construção do conhecimento, com a Neuropsicologia, que ressalta a importância do estimulo para o corpo como um todo até chegarmos na Psicanálise que comprova que somos constituidos como sujeitos desejantes do saber, aliadas em conjunto com a psicopedagogia, para apresentarmos uma receita de sucesso nas instituições de ensino, buscando sempre a coerência, a paciência e tolerância na medida certa, para no final alcançarmos o sucesso escolar.
Contribuição psicopedagógica
Percebemos o mundo através do nosso cérebro, que entra em contato com o ambiente por meio dos órgãos dos sentidos, que respondem aos diversos estimulos. Assim, destaquemos a grande importância da neuropsicologia dentro das escolas : se não estimularmos o corpo como um todo, poderemos fazer uma interpretação incorreta, interferindo na aprendizagem.
Sara Paim ( 1989) afirma que:
A origem de toda aprendizagem está nos esquemas de ação desdobrados mediante o corpo. Para a leitura e integração da experiência é fundamental a integridade anatômica e de funcionalismo dos òrgãos diretamente comprometidos com a manipulação do entorno, bem como os dispositivos que garantem sua coordenação no sistema nervoso central. ( p.29)
Ela aponta ainda que tanto nas escolas como em clinicas, vemos as dificuldades de nossos alunos apenas como manisfestações dos problemas afetivos, cognitivos ou emocionais, deixando de lado os aspectos orgânicos;o corpo e o organismo, pois quando há uma disfunção neurológica ou endocrinológico refletirá certamente na aprendizagem do individuo.Daí a importância do sistema nervoso central que Pain tanto menciona em suas obras: ele é o grande coordenador de todos os dispositivos corporais, bem como de seu funcionamento nas relações com o meio ambiente.
Diversas alternativas nos possibilitam para direcionar nosso olhar psicopedagógico, trabalhando multidisciplinarmente, envolvendo estudos sobre o sistema nervoso central e suas diferentes manifestações: linguagem e raciocínio lógico. Buscamos nas neurociências a explicação e intervenção dos mecanismos neuronais que sustetam atos cognitivos, perceptivos, motores, sociais e emocionais.
Kandel et al. ( 2000) ao conceituar a neuropsicologia esclarece que, além de fornecer informações sobre o comportamento, tendo como escape atividade cerebral produzida por milhões de células neurais, também trata das influências do ambiente incluindo-se nelas, as relações interpessoais.
Vários psicanalistas buscam elos entre as relações fisiológicas com o psiquismo, dentre todos Monah Winograd escreveu um artigo sobre freud publicado pela Revista Percurso, nº 28, 1/2002 com o titulo “ Freud, o corpo e o psiquismo”, o qual ela cita os pensamentos do pai do psiquismo:
A conexão entre processos fisiológicos e processos psicológicos não é de causalidade mecãnica: são processos paralelos, concomitantes e dependentes reciprocamente uns dos outros. Podemos dizer que cada um é causa do outro e de si mesmo, cada ocorrência numa das séries produz efeitos nesta mesma série e na outra. Deste ponto de vista, é problemático qualquer discurso que pretenda reduzir uma série à outra, seja biologizando o sujeito, seja o psicologizando-o. A psicanálise está assentada neste paralelismo psicofisico de Freud que, provavelmente, é o seu pressuposto mais importante.
Para compreendermos o funcionamento intelectual da criança, a neuropsicologia pode recorrer a diversos profissionais, tais como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos,etc, promovendo uma intervenção terapêutica mais eficiente.
Ao referir-mo-nos em dificuldades de aprendizagem, Tiosso (1989,1993) assinala que reprovações escolares têm multiplas etiologias. No processo ensino-aprendizagem, consideramos que uma avaliação global das funções psicológicas deve levar em conta todo mecanismo cerebral, nos seus niveis sucessivos de evolução. Assim, a avaliação neuropsicológica é a única forma possivel de se avaliar uma determinada função.
Podemos conceituar o organismo fisiológico como sendo uma máquina cibernética, na qual vigora a norma do equilibrio. Adaptação como equilibrio. Trata-se do que Piaget ( 1936/1956) denomina de adaptação-estado: equilibrio é adaptação estado. Necessitando transitar da vida para o comportamento. Em suma, o sujeito age. E agir significa assimilar o meio e se acomodar a ele.
O ser humano nasce com a possibilidade de interagir com o meio, construir seus esquemas de ação, e, assim, interagir em sistemas cada vez mais abrangentes.
Piaget conceitua a inteligência sendo uma adaptação, porque o sujeito deve sentir-se bem em seu meio. Esta adaptação é composta por três mecanismos: assimilação, que é o apreender novas experiências, que podem ser generalizadas e transpostas para outra ação. A acomodação, o sujeito é pressionado a mudar suas ações, levando-o á equilibração que é um processo ativo, onde o individuo reage a um problema, ou seja o sujeito abre-se ao mundo e encontra-se com ele.
Paul J. Eslinger, em seus estudos neuropsicológicos demonstra sendo muitas diferenças entre as funções executivas da inteligência geral e da memória, o que se traduz como um cuidado conceitual, tanto no diagnótico quanto na intervenção psicopedagógica :
As áreas do cérebro que possibilitam funções executivas são as últimas a amadurecer sendo que, progressivamente vão permitindo: dominar os conhecimentos para fatos, números, palavras e imagens. Tais funções são indispensáveis para nossas atividades e para as adaptações ao contexto que nos rodeia porque são responsáveis, em cada um de nós, pela consciência em relação ao nosso conhecimento e ao nosso desconhecimento.
Contudo, o que se enfatiza é o ajuste ao mundo, porque é somente assim que as estruturas assimilativas do sujeito são alargadas, o que amplia sua inteligência do mundo bem como lhe propicia os elementos para a critica de seus próprios limites: o sujeito tem uma finalidade, que é a de romper seus próprios limites e conquistar a compreensão do mundo. O sujeito crítico-hermenêutico: o sujeito que compreende o mundo e é critico de si.
O sujeito age e se apropria do objeto de conhecimento, atribuindo-lhe significado próprio, de acordo com as suas possibilidades de entendimento até então desenvolvidos.
Em sala de aula., Teberosky( 1989) descreve situações de interação social de crianças em fase de alfabetização e, defende que estas elaboram suas idéias sobre a escrita pelo mecanismo da assimilação de informações do ambiente, sendo indispensável o auxilio do professor, que amplifica o acesso dos alunos a propriedades do sistema da escrita, algo de natureza inerentemente social.
Para a psicanalise, o afeto é deteminante para que aconteça a aprendizagem, pois é o gerador do desejo de saber, á necessidade de conhecermos melhor o aluno para nos relacionarmos melhor, a necessidade de conhecermos as fases do desenvolvimento afetivo do aluno para que nos relacionemos de acordo com as caracteristicas e os desejos presentes em cada uma dessas fases.
Aspectos estes, relacionados a objetos de estudo da psicanálise: constituição do sujeito, determinação das pulsões, dos desejos e do outro no processo de desenvolvimento, mecanismos de defesa, fases de desenvolvimento psicossexual. Quando os educadores se familiarizarem com as descobertas da psicanálise, será mais fácil se reconciliarem com certas fases do desenvolvimento infantil.
Existem a fase oral( do nascimento aos dois anos), a fase anal ( dos dois anos aos três anos), a fase fálica ( dos três anos aos sete anos), a fase de latência ( dos sete aos doze) e a fase genital (dos doze anos em diante). Para os educadores, torna-se necessário o conhecimento sobre estas fases, pois elas são determinantes para a personalidade do adulto. Nelas estão situadas as causas das neuroses infantis ou adultas, no caso de terem vivenciado traumas e recalcamentos em consequência de ações educativas excessivamente rígida e punitiva.
Para Freud a vida adulta é decorrente do que aconteceu na infância. A psicanálise contribui para a educação deixando o conhecimento de que as questões emocionais/afetivas determinam ,comandam e interagem com o que sentimos, pensamos, aprendemos e agimos. Assim, se a criança, no caso em questão, o menino Jonas, estiver conturbado emocionalmente, seu potencial para aprender, agir e pensar não se explicita, ficando enclausurado em seu mundo.
Na escola, se conhecida essas fases e valorizadas todas estes esquemas corporal – orgânico, ajudará o psicopedagogo e os professores a compreenderem que determinados comportamentos dos alunos são intrínsecos.
Reclamar, punir, criticar ou insistir que aprendam com mais dedicação ou com práticas de ensino mais exigentes, não irá modificar seus comportamentos, mas poderá acarretar sentimentos contraditórios, inclusive de baixa auto- estima. A criança precisa sentir o desejo, a pulsão pelo aprender, para conhecer tudo o que a cerca, basta apenas oferecer condições para que isso ocorra. Observar as crianças quanto as suas necessidades e interesses e com elas dialogar sobre estratégias mais oportunas para a transmissão do conteúdo.
É preciso ensinar os alunos a pensar, e é impossivel aprender a pensar em um regime autoritário. Pensar é procurar por si próprio, é criticar livremente e demonstrar de forma autônoma.
Considerações finais
A capacidade que o ser humano têm em relação a aprendizagem é um fato evidente. Saber compreender os estágios cognitivos, o funcionamento fisiológico dos alunos torna-se prioritário no fazer psicopedagógico e educacional.
Saber escutar, questionar a criança, perceber qual entendimento ela possui de sua realidade, dos valores morais, e da lógica, cria uma habilidade de avaliação rica, capaz de encaminhar o psicopedagogo ou os educadores para uma conclusão lógica sobre o potencial de aprendizagem da criança em questão.
Compreender o processo de pensamento de Jonas. Investigar o seu nível operatório, para que sejam ajustados as propostas de ensino às suas condições reias de aprendizagem. Instiga-lo e provocar-lhe o desequilibrio necessário, lhe possibilitará a reflexão sobre novas formas de pensar sobre sua realidade, possibilitando assim, o avanço de seu nivel operatório ou de abstração.
Os problemas de aprendizagem surgem por falta de possibilidade da criançaaprender, onde não possui a curiosidade desperta, não possui autoria de pensamento.
Todo pensamento, todo comportamento humano remete-nos à sua estruturação inconsciente, como produção inteligente e, simultaneamente, como produção simbólica.
A interpretação do discurso não pode ser feita sem levar em conta o nível da realidade, pois a realidade é a prova: sem levar em conta a leitura inteligente dessa realidade que lhe dá sua coerência:sem levar em conta a dimensão do desejo, que é sua aposta, sem levar em conta sua modalidade simbólica que lhe dará sua paixão. SARA PAIM (p.233)
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS SURDOS: PERSPECTIVAS DO PROFESSOR, INTÉRPRETE E ALUNO SURDO Luciani Abisagui Batista Leite 1, Ana Paula Santos Conceição 1 e Maria Janaina Alencar Sampaio2
________________ 1. Alunas do 6º período do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, CEP52171-900. E-mail: luciani.abisagui@yahoo.com.br 2. Professora Assistente do Departamento de Letras e Ciências Humanas da UFRPE. Intérprete do Curso de EAD em Letras/Libras UFSC, Pólo UFPE. Doutoranda em Linguística e Mestre em Letras pela UFPB. Fonoaudióloga Especialista em Linguagem pela UNICAP; Graduada em Psicologia pela UFPE.
Introdução
A partir da década de 90, houve um movimento de desprestigio dos programas de educação especial e um incentivo maciço para práticas de inclusão de pessoas surdas em escolas regulares (de ouvintes). Foi então, que difundiu-se com força a defesa de uma política educacional de inclusão dos sujeitos com necessidades educativas especiais, ou melhor, das pessoas com deficiência, propondo maior respeito e socialização efetiva destes grupos e contemplando, assim, também a comunidade surda.
De acordo com Lacerda (2006), “o modelo inclusivo sustenta-se em uma filosofia que advoga a solidariedade e o respeito mútuo às diferenças individuais, cujo ponto central está na relevância da sociedade aprender a conviver com as diferenças” [1]. Segundo a Política Nacional de Educação Especial, a Integração é um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua interação nos grupos sociais. A normalização é o princípio que representa a base filosófico-ideológica da integração [2]. A legislação do Brasil (Constituição Federal/88, LDB 9394/96 entre outras) prevê a integração do educando com necessidades especiais no sistema regular de ensino. Essa integração, no entanto, deve ser um processo individual, fazendo-se necessário estabelecer, para cada caso, o momento oportuno para que o educando comece a freqüentar a classe comum, com possibilidade de êxito e progresso. Dentro dessa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo observar quais as perspectivas de inclusão social, tanto do professor, do intérprete e do aluno surdo, avaliando de fato as dificuldades e sucessos dessa temática. Material e métodos
A avaliação de início começou com uma ida a escola pública regular estadual Engenheiro Lauro Diniz, onde focalizamos a sala de aula do 7º ano do ensino fundamental (6ª série), que conta com 43 alunos ouvintes, 2 alunos surdos. Fomos informadas que esta escola conta com três intérpretes de língua de sinais que se revezam neste trabalho, mais quatro turmas com alunos surdos (8º e 9º ano, ensino fundamental e 1º e 2º ano, ensino médio) e 4 professores de educação especiais que tem uma noção de língua de sinais. Com essas informações partimos para observação e avaliação da vivência de uma aula de ciências. A aula teve duração de 50 minutos, a professora estava na frente da turma e o intérprete também, observamos que a professora fez algumas dinâmicas, expondo desenhos, vídeos, já para facilitar tanto o aprendizado dos ouvintes quanto dos alunos surdos. Surgiu uma dúvida por parte do aluno surdo, e o intérprete comunicou a professora, da mesma forma que ela faz para os ouvintes, ela parou aula e explicou novamente, o intérprete transmitiu toda informação. Através dessa aula vimos que esse professor tinha prazer no que estava fazendo, embora ela não tendo o domínio da Língua de Sinais, muitas vezes ela fazia até alguns gestos indicando o que estava falando. Então partimos para o próximo passo, fizemos três entrevistas, uma com o professor que ministrou a aula de ciências, outra com o intérprete dessa aula e outra com um dos alunos surdos que estava assistindo a aula de ciências. Essa entrevista consistia em perguntas relativas às concepções que cada um têm de sua função, qual a linguagem adotada por eles em sala, o que cada um faz para que a aula tenha sucesso, quais as dificuldades enfrentadas por eles em sala e o que acham que se deve ser feito para a melhoria dessa interação em sala de aula. Resultados e discussão Alfabetizar alunos com culturas diferentes é um choque tanto para o professor ouvinte como para os alunos surdos, por não entenderem de imediato o complexo lingüístico da língua um do outro. Não é suficiente conhecer a Língua Brasileira de Sinais para poder atuar eficazmente na escola com o aluno surdo. É também necessário conhecer a Cultura Surda através da participação e vivência na comunidade surda, aceitação da diferença e paciência para inteirar-se nela. Se o professor for ouvinte e não sinalizador, a presença do instrutor (intérprete) é de extrema importância para esclarecer aos alunos o que o professor quis dizer e vice-versa. O professor ouvinte deverá ficar atento, pois tudo em seu comportamento há uma explicação de construção dialógica quanto à questão de língua, cultura e participação real na educação escolar conforme as exigências.
Na realidade brasileira, são poucas as pessoas com formação específica para atuarem como intérpretes da Libras. Tem crescido o número de cursos oferecidos, todavia eles se concentram nos grandes centros,
atingindo um número restrito de pessoas. Desse modo, é difícil encontrar, em cidades do interior, pessoas com formação específica como intérprete e que se disponham a atuar na área de educação. É preciso reconhecer que a presença do intérprete em sala de aula tem como objetivo tornar os conteúdos acadêmicos acessíveis ao aluno surdo. Entretanto, o objetivo último do trabalho escolar é a aprendizagem do aluno surdo e seu desenvolvimento em conteúdos acadêmicos, de linguagem, sociais, entre outros. A questão central não é traduzir conteúdos, mas torná-los compreensíveis, com sentido para o aluno. Segundo o professor entrevistado sua função é de transmitir o conteúdo de forma mais clara possível para seus alunos ouvintes e não ouvintes, ele utiliza estratégias para facilitar o entendimento do aluno, porém mesmo assim muitas vezes o aluno não ouvinte não consegue assimilar o que ele quer expressar, logo procura a ajuda do intérprete para possibilitar o entendimento do aluno, procura também entender um pouco sobre sua vida além da escola, buscando respostas para algumas atitudes em sala e através deste adequar suas aulas a realidades existentes. O intérprete tem a função de repassar com fidelidade aquilo que o professor fala em sala de aula, onde a língua usada é a Libras, eles se entendem muito bem com os surdos, pois têm a compreensão de perceber as dificuldades enfrentadas por eles e também algumas peculiaridades existentes, isso é conseqüência do constante contato com a comunidade surda em vários lugares, muito além da sala de aula. Ele menciona que muitas vezes a sua interpretação é um pouco comprometida pela não elaboração das aulas em conjunto intérprete-professor, o que dificuldade um pouco o seu trabalho podendo desconhecer algum sinal peculiar do assunto da disciplina e na hora ficar um pouco perdido, tendo que descartá-lo. Os alunos surdos sentem-se bastantes limitados, não pelo fato de terem a deficiência auditiva, mas pela falta de atenção que muitas vezes não tem pela parte do professor. A inclusão do aluno surdo é um desafio que deve ser enfrentado com coragem, determinação e segurança. A decisão de encaminhar um aluno para a classe de ensino regular deve ser fruto de um criterioso processo de avaliação. Finalmente, deve-se ter clareza que essa inclusão não passa exclusivamente pela sua colocação na turma com crianças ouvintes. A verdadeira inclusão implica em reciprocidade. A criança surda poderá iniciar seu processo de integração na família, na vizinhança, na comunidade, participando de atividades sócio-recreativas, culturais ou religiosas com crianças e adultos "ouvintes" e dar continuidade a esse processo na escola especial ou regular, de acordo com suas necessidades específicas. Garantir ao aluno surdo um processo de escolarização de qualidade é fator fundamental para seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, lingüístico e cultural, além de sua inserção plena na sociedade.
Referências
[1] LACERDA, Cristina Broglia Feitosa De; ”A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência” , Cad. Cedes, Campinas, vol. 26, n. 69, p. 163-184, maio/ago. 2006. Disponível em [2] Site do Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES
http://www.ines.gov.br/ines_livros/32/32_006.HTM http://www.webartigos.com/articles/38417/1/O-PROCESSO-DE-INCLUSAO-DE-ALUNOS-SURDOS-NA-ESCOLA-REGULAR/pagina1.html
Introdução
A partir da década de 90, houve um movimento de desprestigio dos programas de educação especial e um incentivo maciço para práticas de inclusão de pessoas surdas em escolas regulares (de ouvintes). Foi então, que difundiu-se com força a defesa de uma política educacional de inclusão dos sujeitos com necessidades educativas especiais, ou melhor, das pessoas com deficiência, propondo maior respeito e socialização efetiva destes grupos e contemplando, assim, também a comunidade surda.
De acordo com Lacerda (2006), “o modelo inclusivo sustenta-se em uma filosofia que advoga a solidariedade e o respeito mútuo às diferenças individuais, cujo ponto central está na relevância da sociedade aprender a conviver com as diferenças” [1]. Segundo a Política Nacional de Educação Especial, a Integração é um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto relacional, legitimando sua interação nos grupos sociais. A normalização é o princípio que representa a base filosófico-ideológica da integração [2]. A legislação do Brasil (Constituição Federal/88, LDB 9394/96 entre outras) prevê a integração do educando com necessidades especiais no sistema regular de ensino. Essa integração, no entanto, deve ser um processo individual, fazendo-se necessário estabelecer, para cada caso, o momento oportuno para que o educando comece a freqüentar a classe comum, com possibilidade de êxito e progresso. Dentro dessa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo observar quais as perspectivas de inclusão social, tanto do professor, do intérprete e do aluno surdo, avaliando de fato as dificuldades e sucessos dessa temática. Material e métodos
A avaliação de início começou com uma ida a escola pública regular estadual Engenheiro Lauro Diniz, onde focalizamos a sala de aula do 7º ano do ensino fundamental (6ª série), que conta com 43 alunos ouvintes, 2 alunos surdos. Fomos informadas que esta escola conta com três intérpretes de língua de sinais que se revezam neste trabalho, mais quatro turmas com alunos surdos (8º e 9º ano, ensino fundamental e 1º e 2º ano, ensino médio) e 4 professores de educação especiais que tem uma noção de língua de sinais. Com essas informações partimos para observação e avaliação da vivência de uma aula de ciências. A aula teve duração de 50 minutos, a professora estava na frente da turma e o intérprete também, observamos que a professora fez algumas dinâmicas, expondo desenhos, vídeos, já para facilitar tanto o aprendizado dos ouvintes quanto dos alunos surdos. Surgiu uma dúvida por parte do aluno surdo, e o intérprete comunicou a professora, da mesma forma que ela faz para os ouvintes, ela parou aula e explicou novamente, o intérprete transmitiu toda informação. Através dessa aula vimos que esse professor tinha prazer no que estava fazendo, embora ela não tendo o domínio da Língua de Sinais, muitas vezes ela fazia até alguns gestos indicando o que estava falando. Então partimos para o próximo passo, fizemos três entrevistas, uma com o professor que ministrou a aula de ciências, outra com o intérprete dessa aula e outra com um dos alunos surdos que estava assistindo a aula de ciências. Essa entrevista consistia em perguntas relativas às concepções que cada um têm de sua função, qual a linguagem adotada por eles em sala, o que cada um faz para que a aula tenha sucesso, quais as dificuldades enfrentadas por eles em sala e o que acham que se deve ser feito para a melhoria dessa interação em sala de aula. Resultados e discussão Alfabetizar alunos com culturas diferentes é um choque tanto para o professor ouvinte como para os alunos surdos, por não entenderem de imediato o complexo lingüístico da língua um do outro. Não é suficiente conhecer a Língua Brasileira de Sinais para poder atuar eficazmente na escola com o aluno surdo. É também necessário conhecer a Cultura Surda através da participação e vivência na comunidade surda, aceitação da diferença e paciência para inteirar-se nela. Se o professor for ouvinte e não sinalizador, a presença do instrutor (intérprete) é de extrema importância para esclarecer aos alunos o que o professor quis dizer e vice-versa. O professor ouvinte deverá ficar atento, pois tudo em seu comportamento há uma explicação de construção dialógica quanto à questão de língua, cultura e participação real na educação escolar conforme as exigências.
Na realidade brasileira, são poucas as pessoas com formação específica para atuarem como intérpretes da Libras. Tem crescido o número de cursos oferecidos, todavia eles se concentram nos grandes centros,
atingindo um número restrito de pessoas. Desse modo, é difícil encontrar, em cidades do interior, pessoas com formação específica como intérprete e que se disponham a atuar na área de educação. É preciso reconhecer que a presença do intérprete em sala de aula tem como objetivo tornar os conteúdos acadêmicos acessíveis ao aluno surdo. Entretanto, o objetivo último do trabalho escolar é a aprendizagem do aluno surdo e seu desenvolvimento em conteúdos acadêmicos, de linguagem, sociais, entre outros. A questão central não é traduzir conteúdos, mas torná-los compreensíveis, com sentido para o aluno. Segundo o professor entrevistado sua função é de transmitir o conteúdo de forma mais clara possível para seus alunos ouvintes e não ouvintes, ele utiliza estratégias para facilitar o entendimento do aluno, porém mesmo assim muitas vezes o aluno não ouvinte não consegue assimilar o que ele quer expressar, logo procura a ajuda do intérprete para possibilitar o entendimento do aluno, procura também entender um pouco sobre sua vida além da escola, buscando respostas para algumas atitudes em sala e através deste adequar suas aulas a realidades existentes. O intérprete tem a função de repassar com fidelidade aquilo que o professor fala em sala de aula, onde a língua usada é a Libras, eles se entendem muito bem com os surdos, pois têm a compreensão de perceber as dificuldades enfrentadas por eles e também algumas peculiaridades existentes, isso é conseqüência do constante contato com a comunidade surda em vários lugares, muito além da sala de aula. Ele menciona que muitas vezes a sua interpretação é um pouco comprometida pela não elaboração das aulas em conjunto intérprete-professor, o que dificuldade um pouco o seu trabalho podendo desconhecer algum sinal peculiar do assunto da disciplina e na hora ficar um pouco perdido, tendo que descartá-lo. Os alunos surdos sentem-se bastantes limitados, não pelo fato de terem a deficiência auditiva, mas pela falta de atenção que muitas vezes não tem pela parte do professor. A inclusão do aluno surdo é um desafio que deve ser enfrentado com coragem, determinação e segurança. A decisão de encaminhar um aluno para a classe de ensino regular deve ser fruto de um criterioso processo de avaliação. Finalmente, deve-se ter clareza que essa inclusão não passa exclusivamente pela sua colocação na turma com crianças ouvintes. A verdadeira inclusão implica em reciprocidade. A criança surda poderá iniciar seu processo de integração na família, na vizinhança, na comunidade, participando de atividades sócio-recreativas, culturais ou religiosas com crianças e adultos "ouvintes" e dar continuidade a esse processo na escola especial ou regular, de acordo com suas necessidades específicas. Garantir ao aluno surdo um processo de escolarização de qualidade é fator fundamental para seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, lingüístico e cultural, além de sua inserção plena na sociedade.
Referências
[1] LACERDA, Cristina Broglia Feitosa De; ”A inclusão escolar de alunos surdos: o que dizem alunos, professores e intérpretes sobre esta experiência” , Cad. Cedes, Campinas, vol. 26, n. 69, p. 163-184, maio/ago. 2006. Disponível em
http://www.ines.gov.br/ines_livros/32/32_006.HTM http://www.webartigos.com/articles/38417/1/O-PROCESSO-DE-INCLUSAO-DE-ALUNOS-SURDOS-NA-ESCOLA-REGULAR/pagina1.html
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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EDUCAÇÃO BILÍNGÜE: O INÍCIO DE UMA NOVA LUTA
Vilmar Silva
O bilingüismo parte do princípio de que o surdo deve dominar, enquanto língua materna, a língua de sinais, que é a sua língua natural, e como segunda língua a língua oficial de seu país. Nesse sentido, é de fundamental importância o convívio da criança surda com outros surdos mais velhos, que dominem a língua de sinais. Além disso, se os pais forem ouvintes, há a necessidade de que eles aprendam a língua de sinais, preferencialmente no convívio com as comunidades surdas, para garantir um ambiente lingüístico adequado à criança surda, tanto no contexto familiar como no social.
Para Goldfeld (1997), o ambiente lingüístico deve ser o mais adequado possível à criança surda, para facilitar a aquisição da língua de sinais e evitar o atraso da linguagem e todas as suas conseqüências, em nível de percepção, generalização, formação de conceitos, atenção e memória. E acrescenta que provavelmente “a língua de sinais será a língua mais utilizada na construção da fala interior e exercerá a função planejadora da linguagem, já que esta língua é mais fácil e natural para o surdo”.[1]
Já vimos que o oralismo e a comunicação total têm tido como principal objetivo a adequação dos surdos à realidade dos ouvintes. Contudo, na proposta de educação bilíngüe construída com a comunidade surda, o surdo não almeja essa adequação, pois enquanto minoria lingüística ele assume sua surdez como uma diferença histórica e cultural.
Portanto, a noção de que o surdo deve, a todo custo, tentar aprender a língua oficial de seu país em sua modalidade oral para poder se aproximar do padrão de normalidade colocada pelos ouvintes é rejeitada por esta proposta de educação bilíngüe, pois sua principal origem está justamente na luta histórica dos movimentos surdos em prol do reconhecimento da língua de sinais no processo pedagógico. Isto é, os surdos, pela primeira vez após o domínio secular do oralismo, passam a intervir na construção de uma proposta educacional que tem como foco principal o reconhecimento de sua experiência visual.
Porém, isto não significa dizer que a premissa de normalidade do surdo tenha desaparecido com a educação bilíngüe. Muito pelo contrário, existem propostas de educação
bilíngüe que conservam a visão oralista em relação ao surdo. Essas propostas geralmente procuram deslegitimar as línguas de sinais, usando-as enquanto instrumento para a aquisição da língua oral.
A compreensão que se tem é que as propostas bilíngües que tentam colocar em foco a língua majoritária sem refletir com a comunidade surda elementos constitutivos de sua educação - tais como: qual o currículo a ser adotado na educação de surdos? qual deve ser a modalidade da segunda língua, oral ou escrita? em que momento deve ocorrer a aquisição da segunda língua? - tendem a “ouvintizar”[2] o processo de luta da comunidade surda.
Segundo Skliar (1997), as comunidades surdas que estão refletindo sobre essa temática divergem de propostas unilaterais e defendem um bilingüismo que reconheça o direito da aquisição e do uso das língua de sinais, não para serem oralizados, mas sim para poderem participar com sua própria língua dos debates que circundam a sociedade atual, no mesmo nível de igualdade e de condições, porém reconhecendo sua singularidade e especificidade.
O posicionamento político dos movimentos surdos tem demonstrado que não existe uma proposta de educação bilíngüe pronta e preparada para ser usada em qualquer parte do mundo. Neste sentido, Skliar (1997) cita o pensamento de Paulo Freire, que é enfático em afirmar que nenhuma prática pedagógica pode ser transplantada:
Uma mesma compreensão da prática educativa e uma mesma metodologia de trabalho não operam necessariamente de forma idêntica em contextos diferentes. A intervenção é histórica, é cultural, é política. É por isso que insisto tanto em que as experiências não podem ser transplantadas, se não reinventadas.[3]
Não existe uma proposta de educação bilíngüe que possa ser transplantada universalmente, o que existe são processos históricos e culturais que produzem diferentes propostas de educação bilíngüe.
Um outro ponto a ser analisado na educação de surdos, segundo a Federação Mundial dos Surdos (WFD), está relacionado com o alto percentual de surdos fora do ambiente escolar, ou seja, aproximadamente 80%, situação que se agrava ainda mais nos países do Terceiro Mundo. Este dado, para Skliar (1998), deve no mínimo fazer com que os educadores de surdos (surdos e ouvintes) reflitam para quem estão sendo pensadas as propostas de educação bilíngüe, e nos força a afirmar que a educação bilíngüe, com seu projeto político-pedagógico, não deve se restringir apenas à escolarização de surdos. Ela precisa transcender o espaço escolar mediante políticas públicas que propiciem o desenvolvimento lingüístico dos surdos em diversos ambientes, que articulem os movimentos surdos regional e nacionalmente, que coloquem os surdos, no mínimo, no contexto da classe trabalhadora, tanto no campo de educação profissional como de mercado de trabalho, etc. Porém, uma parcela representativa de profissionais que trabalham com surdos acredita que
a desigualdade não dependeria de uma privação cultural dos surdos, mas de uma limitação de oportunidades sociais e educacionais. Assim, se exagera o papel da escola, supondo que as restrições econômicas e sócio-culturais existentes podem ser modificadas e reformadas dentro da instituição escolar, com o objetivo de alcançar uma relativa igualdade.[4]
Essa proposta humanista de educação bilíngüe tenta resolver ingenuamente um problema social e histórico apenas no campo educacional, esquecendo-se de que não basta aos surdos terem acesso ao conhecimento, mas precisam também transformar esses conhecimentos em instrumentos de luta que combatam as relações sociais de dominação.
A compreensão que se tem é que a educação bilíngüe não pode ser vista apenas como um ponto de chegada, mas sim como um ponto de partida, cuja perspectiva política reflita as condições sócio-econômicas, lingüísticas e culturais dos próprios surdos. É uma proposta que precisa ser construída com a comunidade surda, para que os projetos político-pedagógicos de educação bilíngüe não se restrinjam apenas à implantação de escolas, mas que possam aprofundar e criar de forma massiva as condições “de acesso a la lengua de senas y a la segunda lengua, a la identidad personal y social, a la información significativa, al mundo del trabajo y a cultura de los sordos”.[5]
Bibliografia
GOLDFELD, Marcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 1997.
MOURA, Maria Cecília. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro: REVINTER, 2000.
SKLIAR, Carlos. La educación de los sordos: Una reconstruccíon histórica, cognitiva y pedagógica. Mendonça: EDIUNC, 1997.
. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre, R.S.: Mediação, 1998.
. A escola para surdos e as suas metas: repensando o currículo numa perspectiva bilingüe e multicultural. Porto Alegre: UFRGS, S/D. Mimeo.
SOUZA, Regina Maria de. Que palavra que te falta? Lingüística e educação: considerações epistemológicas a partir da surdez. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
--------------------------------------------------------------------------------
[1] Id., Ibid., p. 108.
[2] Skliar (1998) define o ouvintismo como um “conjunto de representações dos ouvintes, a partir do qual o surdo está obrigado a olhar-se e a narrar-se como se fosse ouvinte”.
[3] Carlos Skliar (1997). Un análisis preliminar de las variables que intervienen en el proyecto de educación bilíngüe para los sordos, p. 9.
[4] Carlos Skliar (S/D). A escola para surdos e as suas metas: repensando o currículo numa perspectiva bilingüe e multicultural, p. 11.
[5] Carlos Skliar (1997). Un análisis preliminar de las variables que intervienen en el proyecto de educación bilingüe para los sordos, p. 7.
O bilingüismo parte do princípio de que o surdo deve dominar, enquanto língua materna, a língua de sinais, que é a sua língua natural, e como segunda língua a língua oficial de seu país. Nesse sentido, é de fundamental importância o convívio da criança surda com outros surdos mais velhos, que dominem a língua de sinais. Além disso, se os pais forem ouvintes, há a necessidade de que eles aprendam a língua de sinais, preferencialmente no convívio com as comunidades surdas, para garantir um ambiente lingüístico adequado à criança surda, tanto no contexto familiar como no social.
Para Goldfeld (1997), o ambiente lingüístico deve ser o mais adequado possível à criança surda, para facilitar a aquisição da língua de sinais e evitar o atraso da linguagem e todas as suas conseqüências, em nível de percepção, generalização, formação de conceitos, atenção e memória. E acrescenta que provavelmente “a língua de sinais será a língua mais utilizada na construção da fala interior e exercerá a função planejadora da linguagem, já que esta língua é mais fácil e natural para o surdo”.[1]
Já vimos que o oralismo e a comunicação total têm tido como principal objetivo a adequação dos surdos à realidade dos ouvintes. Contudo, na proposta de educação bilíngüe construída com a comunidade surda, o surdo não almeja essa adequação, pois enquanto minoria lingüística ele assume sua surdez como uma diferença histórica e cultural.
Portanto, a noção de que o surdo deve, a todo custo, tentar aprender a língua oficial de seu país em sua modalidade oral para poder se aproximar do padrão de normalidade colocada pelos ouvintes é rejeitada por esta proposta de educação bilíngüe, pois sua principal origem está justamente na luta histórica dos movimentos surdos em prol do reconhecimento da língua de sinais no processo pedagógico. Isto é, os surdos, pela primeira vez após o domínio secular do oralismo, passam a intervir na construção de uma proposta educacional que tem como foco principal o reconhecimento de sua experiência visual.
Porém, isto não significa dizer que a premissa de normalidade do surdo tenha desaparecido com a educação bilíngüe. Muito pelo contrário, existem propostas de educação
bilíngüe que conservam a visão oralista em relação ao surdo. Essas propostas geralmente procuram deslegitimar as línguas de sinais, usando-as enquanto instrumento para a aquisição da língua oral.
A compreensão que se tem é que as propostas bilíngües que tentam colocar em foco a língua majoritária sem refletir com a comunidade surda elementos constitutivos de sua educação - tais como: qual o currículo a ser adotado na educação de surdos? qual deve ser a modalidade da segunda língua, oral ou escrita? em que momento deve ocorrer a aquisição da segunda língua? - tendem a “ouvintizar”[2] o processo de luta da comunidade surda.
Segundo Skliar (1997), as comunidades surdas que estão refletindo sobre essa temática divergem de propostas unilaterais e defendem um bilingüismo que reconheça o direito da aquisição e do uso das língua de sinais, não para serem oralizados, mas sim para poderem participar com sua própria língua dos debates que circundam a sociedade atual, no mesmo nível de igualdade e de condições, porém reconhecendo sua singularidade e especificidade.
O posicionamento político dos movimentos surdos tem demonstrado que não existe uma proposta de educação bilíngüe pronta e preparada para ser usada em qualquer parte do mundo. Neste sentido, Skliar (1997) cita o pensamento de Paulo Freire, que é enfático em afirmar que nenhuma prática pedagógica pode ser transplantada:
Uma mesma compreensão da prática educativa e uma mesma metodologia de trabalho não operam necessariamente de forma idêntica em contextos diferentes. A intervenção é histórica, é cultural, é política. É por isso que insisto tanto em que as experiências não podem ser transplantadas, se não reinventadas.[3]
Não existe uma proposta de educação bilíngüe que possa ser transplantada universalmente, o que existe são processos históricos e culturais que produzem diferentes propostas de educação bilíngüe.
Um outro ponto a ser analisado na educação de surdos, segundo a Federação Mundial dos Surdos (WFD), está relacionado com o alto percentual de surdos fora do ambiente escolar, ou seja, aproximadamente 80%, situação que se agrava ainda mais nos países do Terceiro Mundo. Este dado, para Skliar (1998), deve no mínimo fazer com que os educadores de surdos (surdos e ouvintes) reflitam para quem estão sendo pensadas as propostas de educação bilíngüe, e nos força a afirmar que a educação bilíngüe, com seu projeto político-pedagógico, não deve se restringir apenas à escolarização de surdos. Ela precisa transcender o espaço escolar mediante políticas públicas que propiciem o desenvolvimento lingüístico dos surdos em diversos ambientes, que articulem os movimentos surdos regional e nacionalmente, que coloquem os surdos, no mínimo, no contexto da classe trabalhadora, tanto no campo de educação profissional como de mercado de trabalho, etc. Porém, uma parcela representativa de profissionais que trabalham com surdos acredita que
a desigualdade não dependeria de uma privação cultural dos surdos, mas de uma limitação de oportunidades sociais e educacionais. Assim, se exagera o papel da escola, supondo que as restrições econômicas e sócio-culturais existentes podem ser modificadas e reformadas dentro da instituição escolar, com o objetivo de alcançar uma relativa igualdade.[4]
Essa proposta humanista de educação bilíngüe tenta resolver ingenuamente um problema social e histórico apenas no campo educacional, esquecendo-se de que não basta aos surdos terem acesso ao conhecimento, mas precisam também transformar esses conhecimentos em instrumentos de luta que combatam as relações sociais de dominação.
A compreensão que se tem é que a educação bilíngüe não pode ser vista apenas como um ponto de chegada, mas sim como um ponto de partida, cuja perspectiva política reflita as condições sócio-econômicas, lingüísticas e culturais dos próprios surdos. É uma proposta que precisa ser construída com a comunidade surda, para que os projetos político-pedagógicos de educação bilíngüe não se restrinjam apenas à implantação de escolas, mas que possam aprofundar e criar de forma massiva as condições “de acesso a la lengua de senas y a la segunda lengua, a la identidad personal y social, a la información significativa, al mundo del trabajo y a cultura de los sordos”.[5]
Bibliografia
GOLDFELD, Marcia. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 1997.
MOURA, Maria Cecília. O surdo: caminhos para uma nova identidade. Rio de Janeiro: REVINTER, 2000.
SKLIAR, Carlos. La educación de los sordos: Una reconstruccíon histórica, cognitiva y pedagógica. Mendonça: EDIUNC, 1997.
. A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre, R.S.: Mediação, 1998.
. A escola para surdos e as suas metas: repensando o currículo numa perspectiva bilingüe e multicultural. Porto Alegre: UFRGS, S/D. Mimeo.
SOUZA, Regina Maria de. Que palavra que te falta? Lingüística e educação: considerações epistemológicas a partir da surdez. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
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[1] Id., Ibid., p. 108.
[2] Skliar (1998) define o ouvintismo como um “conjunto de representações dos ouvintes, a partir do qual o surdo está obrigado a olhar-se e a narrar-se como se fosse ouvinte”.
[3] Carlos Skliar (1997). Un análisis preliminar de las variables que intervienen en el proyecto de educación bilíngüe para los sordos, p. 9.
[4] Carlos Skliar (S/D). A escola para surdos e as suas metas: repensando o currículo numa perspectiva bilingüe e multicultural, p. 11.
[5] Carlos Skliar (1997). Un análisis preliminar de las variables que intervienen en el proyecto de educación bilingüe para los sordos, p. 7.
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010
CABE NA MALA? dos Tapetes Contadores de Histórias
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Feliz dia dos professores !
Ser Mestre
Tarefa que exige abnegação,
tarefa que é feita com o coração!
Nos dias cansados, nas noites de angústia,
nas horas de fardo, de tamanha luta,
chegamos até a questionar:
Será, Deus, que vale a pena ensinar?
Mas bem lá dentro responde uma voz,
a que nos entende e fala por nós,
a voz da nossa alma, a voz do nosso eu:
- Vale sim, coragem!
Você ensinando, aprende também.
Você ensinando, faz bem a alguém,
e vai semeando nos alunos seus,
um pouco de PAZ e um tanto de Deus!
Desejo à todos com muito carinho um FELIZ DIA DOS PROFESSORES!!!
Que Deus nos dê muita sabedoria a cada amanhecer ...
Forte abraço!
A todos nós educadores, que fazemos a diferença.
Tarefa que exige abnegação,
tarefa que é feita com o coração!
Nos dias cansados, nas noites de angústia,
nas horas de fardo, de tamanha luta,
chegamos até a questionar:
Será, Deus, que vale a pena ensinar?
Mas bem lá dentro responde uma voz,
a que nos entende e fala por nós,
a voz da nossa alma, a voz do nosso eu:
- Vale sim, coragem!
Você ensinando, aprende também.
Você ensinando, faz bem a alguém,
e vai semeando nos alunos seus,
um pouco de PAZ e um tanto de Deus!
Desejo à todos com muito carinho um FELIZ DIA DOS PROFESSORES!!!
Que Deus nos dê muita sabedoria a cada amanhecer ...
Forte abraço!
A todos nós educadores, que fazemos a diferença.
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Ser Professor...
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quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Os Doutores da Alegria - Uma missão do bem
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domingo, 26 de setembro de 2010
Fundamentos para a formação e atuação do psicopedagogo
Patricia Leuck
A Psicopedagogia nasceu em um contexto marcado por transformações sociais significativas, onde ampliou muito a procura por escolas.Eis então, o surgimento da psicopedagogia,onde médicos psicólogos e educadores mostraram interesse e preocupação com as dificuldades de aprendizagem, com o fracasso escolar e com a compreensão do processo de ensino aprendizagem. Buscaram alternativas de intervenções que integravam o conhecimento.Passou-se a olhar o todo, a enxergar o sujeito que, ao aprender, é afetivo, cognitivo, comunicativo, relacional, corporal, biológico e social. O seu objeto de estudo é o processo de aprendizagem: ensinar/aprender.
Há diversos autores que conceituam de diversas formas a psicopedagogia, mas sob meu ponto de vista, a que melhor se encaixa , é o conceito de Weiss, que procura “ por meio de sua atuação, melhorar a relação do sujeito com a aprendizagem e também a qualidade no processo de construção das aprendizagens, tanto dos educandos, quanto dos educadores, a inserção do educador neste processo, não como um ensinante apenas, mas como aprendente.
È de extrema importância o educador conhecer o próprio processo de aprendizagem, seus limites e possibilidades para poder entender como se dá a aprendizagem do aluno”. Para Weiss, tanto o aprendente quanto o ensinante, estão envolvidos neste processo.
Quando falamos em dificuldades de aprendizagem temos que pensar não só nas dificuldades que o aluno enfrenta, mas nas dificuldades que o educador também enfrenta para entender o processo de aprendizagem de seu aluno. È uma via de mão dupla, necessitando de uma visão totalizadora, integradora, capaz de possibilitar uma aprendizagem mais signitiva.
Possuir um boa formação docente, um conhecimento mais especializado nas teorias cognitivas de aprendizagem , ser conhecedor de uma nova praxis, são imprensidiveis para alcançar um processo educativo que valoriza o saber, que promove a circulação do conhecimento.
A psicopedagogia caminha com objetivo de contribuir para o processo de aprendizagem do sujeito. Seu caráter interdisciplinar denota especificidade enquanto área de estudo, buscando conhecimentos em outras áreas e criando seu próprio objeto de estudo, campo de aplicação e instrumentos.
Segundo Maria Eliana da Silva e Mari Angela Calderari Oliveira,
A atividade psicopedagógica vem ganhando um espaço de atuação significativo ao longo de sua história, como uma área que identifica, diagnostica e intervem no movimento de aprendizagem do homem. Aborda-se o termo movimento de aprendizagem, na psicopedagogia, porque esta área concebe seu objeto de estudo, que é o aprender, como algo dinâmico no ser humano e nas suas inter-relações.
Ainda, dentro desta interdisciplinariedade da psicopedagogia, Laura Monte Serrat Barbosa, citada por Silva e Oliveira, afirma que :
Embora a psicopedagogia possua em seu nome os termos psicologia e pedagogia, seu significado não esta relacionado à junção destas disciplinas, mas está ligado a todas que estudam o processo de aprendizagem. A psicopedagogia, sem pretender ser a solução de todos os problemas, surge como uma área que busca integrar várias disciplinas, com o objetivo de construir um corpo teórico que embase uma atuação eficaz, sem que se divida o sujeito da aprendizagem em vários compartimentos. O caráter interdisciplinar da psicopedagogia coloca-a como um campo que teoriza contemporaneamente sobre a questão de apredizagem, efetivando sua prática na relação de aprendizagem e saberes múltiplos. Não se fundamenta em bagagens conteudistas, mas sim em saberes significativos, configurando uma relação positiva com a aquisição de conhecimento.
È de fundamental importância que se compreenda a psicopedagogia como área que desenvolve seus estudos, concretizando seu corpo teórico e aprimorando seus instrumentos, para entender de forma cada vez mais precisa, o processo de aquisição do conhecimento humano. Nosso objeto de estudo vai muito além do processo de aprendizagem, refere-se a um sujeito que aprende, um sujeito que é capaz de conhecer sobre si mesmo e sobre o ambiente do qual está inserido.Mas o que seria esta aprendizagem? Como se dá este processo?
Davis e Oliveira definem a aprendizagem como um processo de apropriação ativa, por parte da criança, dos conhecimentos resultantes da experiência do grupo social a que elas pertencem. Ainda afirmam, que para que a aprendizagem ocorra, é fundamental haver interação entre o sujeito( criança) e outros sujeitos humanos, segundo eles:
A criança, a partir do nascimento, por meio dessas interações, amplia sua ação no mundo e contrói significados tanto para suas ações quanto para suas experiências que vivência, aprende e desenvolve. A utilização da linguagem promove a ampliação dos significados, o que, por sua vez, permitirá a conceitualização. A integração entre linguagem e pensamento representa a base do funcionamento intelectual. A criança aprende nas relações com o outro, através do compartilhamento de ações que são mediadas pela linguagem e pela instrução.
O papel que nós, psicopedagogos assumimos, segundo análise de Abaurre, deve ser de mediador trabalhando diretamente com o aluno que tem “problemas” de aprendizagem para identificar os fatores que interferem no seu processo, e para ajudá-los a vencer essas dificuldades, por meio de acompanhamento “ remedial”.
Sabemos que em nossa práxis, nos deparamos com muitos obstáculos, precisando uma instrumentação e preparação para poder intervir, superando as dificuldades e rompendo dogmas que se formam a partir de conflitos criados em relação à esses obstáculos.
Um deles, está na escola, com a dificuldade de entender o motivo do fracasso escolar de seus alunos, criando situações de ansiedade e angustia para ambos os lados aluno→ educador→ pais.
A interação professor-aluno só é positiva quando a necessidade de ambos é atendida, quando há uma cumplicidade, quando os interlocutores são parceiros de um jogo; o jogo da linguagem, do diálogo, que é algo fundamental. É casar interação com conversação”. (CHALITA, 2002).
Lidamos com uma realidade complexa dentro de uma instituição escolar, em que as dificuldades se confundem e se acumulam, criando muralhas entre os envolvidos, parecendo impossivel encontrar uma solução para a questão. Mas vejamos, o ensino e a aprendizagem estão inter-ligados; o educador ensina se os alunos aprendem, e ai está o desafio: perceber o que nossos alunos não sabem, não compreendem e, ao mesmo tempo, articular com o que já aprenderam. Também devemos considerar a experiência docente e a ética profissional. Como diz Rios,
“ saber fazer bem o que é necessário e desejável no espaço da profissão; a ação docente, de boa qualidade, é uma ação que faz bem, é bem feita do ponto de vista técnico, estético , ético, a nós e àqueles a quem a dirigimos.
O enfoque psicopedagógico pode ser preventivo ou terapêutico.
Na ação preventiva, o psicopedagogo irá focalizar as possibilidades de aprendizagem do sujeito, analisando a familia, a escola e a comunidade, com o intuito de conhecer todos os envolvidos neste processo e as condições oferecidas a este sujeito.Orientá-los sobre as etapas de desenvolvimento infantil, sobre a importância da estimulação no processo de aprendizagem e suas dificuldades.
Enfim, nossa atuação sendo clinica ou institucional, preventiva ou terapêutica deve estar voltada em não só compreender, de forma abrangente, como o sujeito humano aprende a realidade e os conhecimentos que foram produzidos ao longo da evolução histórica, mas também como produz conhecimentos novos, como o processo de aprendizagem se efetiva, que dificuldades podem ser encontradas no percurso deste processo e a forma como se ensina, formal ou informalmente. Porém, para que possamos desempenhar nosso papel e nossa função social, ética e moral, é fundamental que atuemos de forma critica, buscando compreender as determinantes histórico-social do fracasso escolar, as possibilidades e limites de sua atuação.
Existem muitas pesquisas voltadas a aprendizagem, em como construimos nosso conhecimento e desenvolvemos nossa inteligência. Algumas teorias conceituam a aprendizagem de forma diferente porque compreendem o processo de aquisação do conhecimento de forma diferenciada. Cabe, aqui, conhecê-las, para propiciarmos uma reflexão sobre a prática docente.
As teorias cognitivas estudam o processo de construção do conhecimento humano e o desenvolvimento da inteligência. Elas nos levam a conhecer como se processa interiormente a aprendizagem por meio das experiências sensoriais( aquilo que é vivido pelo corpo→olhar, sentir e tocar); as representações; nossos pensamentos (damos sentido a representação); e consequentemente nossas lembranças. Entre outros, como os fatores cognitivos não observáveis diretamente que devem ser investigados. Essas teorias não respondem a todas nossas perguntas, mas nos apontam o caminho a seguir, buscando alternativas, aplicações de novas práticas pedagógicas.
Para os teóricos cognitivistas, a maturação biológica, o conhecimento prévio, o desenvolvimento da linguagem, o processo de interação social e a descoberta da afetividade são fatores de grande relevância no processo de desenvolvimento da inteligência e da aprendizagem.
Jean Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biologico( WADSWORTH,1996). Para Piaget, a atividade intelectual não pode ser separada do funcionamento “total” do organismo ( 1952, p.7) :
Do ponto de vista biológico, organização é inseparável da adaptação: eles são dois processos complementares de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno do ciclo do qual a adaptação constitui o aspecto interno.
Se a psicopedagogia propõe que o próprio sujeito seja autor de sua aprendizagem, intervir nesse processo, conhecendo as teorias cognitivas, é criar mecanismos que contribuam para o aprender do sujeito, possibilitando, num processo dialético, a transformação da realidade, bem como a transformação de si mesmo.
Na instituição educacional, o psicopedagogo, intervem com base em ações que se caracterizam por uma atitude operativa. Esta atitude, promove a autonomia individual e grupal e é uma atitude a ser aprendida por todos os profissonais que trabalham com a aprendizagem num espaço coletivo. JorgeVisca(1987), em seu livro Clinica Psicopedagogica,apresenta várias atitudes a serem utilizadas pelo psicopedagogo, que podem ser entendidas como atitudes capazes de levar o aprendiz à operatividade, à mudança de uma determinada situação, à aprendizagem.
O papel do professor no processo ensino - aprendizagem é uma espiral de conhecimento, é o professor que motiva seu aluno. Henri Wallon afirma que a criança precisa interagir com o meio para desenvolver seus aspectos afetivos, sociais e intelectuais.
A escola é a instituição que tem por finalidade promover atividades para desenvolver esses aspectos. Sendo a educação um fato social, ela deve refletir a realidade concreta na qual esse ser social vive, atua e, muitas procura modificar. A função da educação é integrar a formação da pessoa e a sua insersão na sociedadee, assim, assegurar sua plena realização. Cabe à educação, dessa forma, formar individuos autonômos, pensantes, ativos, capazes de participar da construção de uma sociedade contextualizada. Os métodos pedagógicos não podem ser dissociados desses enfoques, eles devem ser apoiados no conhecimento do aluno e no seu meio, pois “ todas as crianças, sejam quais forem suas origens familiares, sociais, étnicas, tem direito igual ao desenvolvimento máximo que sua personalidade comporta. Eles não devem ter outra limitação além de suas aptidões”.( Wallon, Psicologia e educação da infância. Lisboa. Estampa.1986)
O professor deve ser capaz de através de seu conhecimento nas teorias cognitivas tirar o melhor proveito no processo ensino aprendizagem, perceber que a motivação, a curiosidade e a vontade de cooperar são importantes para a aquisição das competências e servem de estimulos aos alunos para a realização de investigação, trabalhos em grupo, jogos cooperativos e brincadeiras. Enfim, é entender o processo de alfabetização como uma construção cognitiva drámatica-simbólica, instrumentada pela corporeidade. A alfabetização começa quando os pais e a sociedade dão ou tiram da criança o direito de pensar, de ser autônomo, de ser autor de sua própria opinião.
Há muitas situações de êxito na que se aplicam a aprendizagem. O sistema sanciona uns e exalta outros. Essas crianças com dificuldades de aprendizagem não tomam como valor construtivo o errar, onde aqui o professor deveria dar lugar para que este erro torne-se um caminho construtivo, “ é errando que se aprende”, a partir da análise das respostas equivocadas, pode-se chegar a respostas mais adequadas. Se o erro é punido, não há possibilidade de análise do processo que levou a esse erro. Como professores, não nos detemos a analisar por que nosso aluno pensou o que pensou, como chegou aquele equivoco? Devemos levar muito em conta, o processo de aprendizagem em que sabemos o porque estamos sendo alfabetizados, o que estamos aprendendo e o que farei com este aprendizado em minha vida. São questões de suma importância que nunca foram levadas em consideração. Somos frutos da educação bancária, da aprendizagem mecânica, o ensino enciclopédico.
O professor, como condutor de seus alunos, deve possibilitar um espaço de confiança, de criatividade, lúdico, o qual algumas coisas podem, ao mesmo tempo, ser ou não ser. Não em um espaço que estamos jogando ou aprendendo por aprender, mas onde possamos dar sentido criativo e lúdico ao nosso trabalho.Ensinar deve ser sinônimo de prazer. Tentar que nossas situações de ensinagem sejam tomadas como desafios. Transformar a aprendizagem em, como Alicia Fernandez chama de interjogo entre mostrar e guardar. Guardar e deixar que eles perguntem para que encontrem suas próprias respostas. O que posso fazer é mostrar como fiz para chegar a este conhecimento, transmitir a experiência deste processo.
Para Alicia fernandez (1991, p.98)
....sem curiosidade não há aprendizagem. Curiosidade seria a pergunta, a investigação, a necessidade de que o aprendente se conecte com que precise algo, a partir desta conexão com a falta, com a ignorância, haverá circulação de conhecimento.
Em minha prática pedagógica presencio diariamente situações desnecessárias de indisciplina e rotulação de alunos com dificuldades de aprendizagem e também muito despreparo e desinteresse docente em alguns casos. Falta uma visão mais critica de nosso trabalho docente para perceber essas dificuldades como um pedido de socorro, de suplica por algo novo, inovador, prazeroso. Nossas crianças de hoje, não são crianças acomodadas como as de nossa geração, são crianças do mundo globalizado, da era tecnológica, que necessitam de respostas para suas angustias.
Cabe a nós professores compreender a existência da diversidade de nossa sala de aula, dialogar com nossos colegas, pais e os próprios alunos sobre essa diversidade, estimular o aluno a mostrar de forma consciente o que esta aprendendo, dar sentido ao aprendizado, proporcionar varias formas de aprendizagem, diversificar as atividades e reconsiderar os métodos de avaliação, visando que cada aluno tem seu tempo e sua forma de aprender, respeitar e proporcionar avaliações condizentes com as diferenças de sua sala.
Estimular nossos alunos a autonomia, responsabilidade de seu atos e a interação dos alunos pra que possam gerar novos conhecimentos, novas investigações e explorar novos estimulos, são passos não só, para se alcançar a significação do conhecimento e sanarmos o fracasso escolar, mas também, outros tantos problemas que encontramos na instituição de ensino, dentre eles a indisciplina e o bullyng.
Enfim, construir alunos conhecedores de seu processo de aprendizagem, responsáveis pelos seus atos, permitir uma construção de significados e afetividade entre membros, são ações que todo educador sonha para sua carreira docente. È caminhar a passos largos para a construção da escola de todos e para todos e, a nós psicopedagogos fica a missão de auxiliar esta caminhada com muita ética, orgulho e paixão .
BIBLIOGRAFIA:
LAKOMY,Ana Maria. Teorias Cognitivas da Aprendizagem. Ed. IBPEX 2ª ed. Curitiba. 2008.
GRASSI. M. Tânia. Psicopedagogia, um olhar, uma escuta. Ed. IBPEX. Curitiba. 2009.
OLIVEIRA.C.M.Ângela. Psicopedagogia: A instituição educacional em foco.Ed. Ibpex. Curitiba. 2009.
ZENICOLA,M.Ana;BARBOSA,S.M.Laura;CARLBERG,Simone. Psicopedagogia: saberes/olhares/fazeres. Ed. Pulso. São José dos Campos. 2007.
LOPES, A.V.Shiderlene. O processo da avaliação e intervenção em psicopedagogia. Ed. Ibpex. Curitiba. 2009.
GOUVÊA. Fernando. Introdução à psicopedagogia. IESDE. Curitiba. 2006.
FERNANDEZ, Alicia. A mulher escondida na professora.Artimed Ed. 1ª ed. 1994.
VISCA. Jorge. Psicopedagogia clinica. Ed. Pulso. 2ª ed. São José dos Campos. 2010.
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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terça-feira, 3 de agosto de 2010
A Psicopedagogia
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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Formação de professores - Bernadete Gatti
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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quinta-feira, 8 de julho de 2010
Proposta de intervenção com material disparador
Proposta de intervenção psicopedagógica para B.T
Patrícia Leuck
Afirma-se sobre a intervenção ser uma interferência do profissional dentro do processo de aprendizagem do aluno, não somente de suas dificuldades ou distúrbios, mas também na aprendizagem de um modo geral.
Alicia Fernandez (2001) relata que todo sujeito tem sua modalidade de aprendizagem e os seus meios para construir o próprio conhecimento, e isso significa uma maneira muito pessoal para se dirigir e construir o saber.
A aprendizagem é um fruto da história de cada sujeito e das relações que ele consegue estabelecer com o conhecimento ao longo da vida, como afirma Bossa (2000). Sabemos que quanto maior for estimulo dado às crianças, maior será seu desenvolvimento.
Compreendido o conceito de intervenção e aprendizagem, busquemos subsídios para proporcionar o auto conhecimento de BT, para que possa entender como se dá o processo de construção do seu conhecimento.
Analisar BT como sendo uma criança com dificuldades de aprendizagem, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grandes obstáculos funcionais orgânicos, aliados a fatores emocionais, que interferem diretamente em seu desempenho escolar, baseando-nos em conceitos de Wells (2000), que afirma que a prática.
Psicopedagógica deve considerar o sujeito como um ser global. O aspecto orgânico diz respeito à construção biológica do sujeito, a dificuldade de aprender estaria ligada ao corpo. O aspecto cognitivo está relacionado ao funcionamento das estruturas cognitivas, ou seja, na estrutura do pensamento de BT. O aspecto social refere-se à relação do sujeito com a família, com a sociedade, seu contexto social e cultural. E, por ultimo, o contexto pedagógico, como a escola organiza o trabalho de metodologia, avaliação e didática.
Diante de todos estes fatores, buscaremos um procedimento de intervenção que se adequou ao caso de BT, procurando desenvolver com uma nova proposta fundamentada no material disparador, com jogos e atividades psicomotoras, brincadeiras corporais, livros de história para contação e expressão oral, onde a criança desperte, através do lúdico, seu auto conhecimento, corporal, cognitivo e emocional.
Considerações sobre o Material Disparador:
Segundo Jorge Visca, que, idealizou a caixa de trabalho para procurar sanar as dificuldades de aprendizagem, inspirando-se na caixa individual, que a psicanálise da criança utiliza.
Esta caixa seria composta de brinquedos, jogos e materiais que representassem o mundo interno da criança, suas fantasias e medos inconscientes frente ao mundo (BARBOSA, 2000. Pg.35). É preciso considerar alguns aspectos, tais como: estágio de pensamento, interesses ou motivações, déficits de aprendizagem,
sexo, idade, meio sócio-cultural, prognóstico e grau de focalização da tarefa (Visca, 1987, p. 29). Barbosa completa ainda com o nível de apropriação da linguagem escrita, vínculos afetivos estabelecidos com as situações de aprendizagem (2002, p. 36).
Além de materiais, estruturados e não estruturados, a caixa deverá conter materiais básicos que servirão de apoio, tais como: lápis, borracha, régua, apontador e dependendo da necessidade apontada pela avaliação: tesoura cola e revistas para recortar.
Esta caixa é única e exclusiva da criança, pois representa uma importância significativa da sua vida, já que intencionam promover “... a superação ou a minimização das dificuldades de aprendizagem” (BARBOSA, 2000 pg.36).
Além da caixa de trabalho, há profissionais que trabalham com o que Bosse (1995) denominou de material disparador em seu artigo na revista Psicopedagogia: O material disparador - considerações preliminares de uma experiência clínica psicopedagógica.
Nesta citação ela explica porque acredita ser inviável trabalhar com a caixa de trabalho: realidade atual, torna-se praticamente inviável ao psicopedagogo dispor de materiais como: jogos, tesouras, caixas de lápis de cor etc. para uso exclusivo de um único cliente. A menos que o profissional se dedique a atender pessoas de classe econômica alta, o que não me parece ser o objetivo da Psicopedagogia (BOSSE, 1995, p. 81).
Segundo Bosse (BOSSE, 1995, p. 81), o material disparador poderá ser um livro, um jogo, pedaços de tecido, papel de dobradura entre outros.
As substituições também não deverão ser feitas de forma aleatória. Elas deverão responder a questões tais como: "Porque vou substituir este disparador nesta sessão? Porque vou introduzir outro".
Embora simples na aparência tenha um rico significado internamente já que é ali que o sujeito depositará suas construções e elaborações como desenhos, pintura, texto etc. Ela representa "o depositário de conteúdos simbólicos do paciente" (WEISS, 2003, p. 152).
Intervenção de BT:
Fernández (1990) afirma que o diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a mesma função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará suporte ao psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário.
É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de intervenções e da “... escuta psicopedagógica...", para que “... se possam decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção". (BOSSA, 2000, p. 24).
Em uma primeira sessão, disponibilizar em uma mesa, diversos materiais como: lápis de cor, canetinha, bloco de desenho, tempera, pincel, livros infantis com fantoches, massa de modelar, brinquedos, corda de pular, giz de quadro negro, retalhos, lã, a fim de que BT se identifique com a caixa através do material não estruturado e experimente mudanças através dos diferentes materiais estruturados; explicando que “os materiais que estão sobre a mesa são para você usar aqui, como quiser, para poder aprender mais”.
Piaget, em Psicologia de lá Inteligência, coloca que:
O indivíduo não atua senão quando experimenta a necessidade; ou seja; quando o equilíbrio se acha momentaneamente quebrado entre o meio e o organismo, a ação tende a restabelecer este equilíbrio, quer dizer, precisamente, a readaptar o organismo... (PIAGET apud VISCA, 1991, p. 41).
Em seguida, conversar com BT sobre a caixa e o material: “O que você gostaria de colocar dentro desta caixa para trabalharmos em nossas sessões”?
O propósito da intervenção baseia-se na estimulação da aprendizagem nas seguintes áreas, manipular, seriar, classificar, transportar, juntar, copiar. Portanto falamos em desenvolver o pensamento pré-operacional e operacional, segundo Piaget.
Quero que BT se expresse ao máximo, utilize todas as formas de linguagem que puder. Acredito que assim conseguiremos sanar muitas de suas dificuldades, conhecendo seu corpo através da confecção uma boneca de pano com os retalhos, desenhando o contorno do seu corpo, expressando-se através do desenho e da contação de histórias, brincadeiras lúdicas com corda. Atividades estas que a farão resgatar o tempo perdido devido sua dificuldade orgânica, conhecer seu corpo. Enfim liberta-se para sua aprendizagem.
Considerações finais:
Fazer com que BT vivencie seu material disparador será muito positivo ao seu aprendizado. Ele realizará atividades que instigarão suas inquietudes, inseguranças, dificuldades e até medos. Para Barbosa ela é “um continente, no qual a criança poderá depositar seus conteúdos de saber e de não saber” (2002, p. 35).
No primeiro momento ele escolherá seu material de trabalho, mas seja qual for me mostrará algo, desenhando representará seu mundo interior e exterior. Confeccionando bonecas de pano, seu próprio brinquedo, criará um vinculo afetivo, seu resgate emocional: “como devo cuidar de minha boneca”? “Como mamãe me cuida”?
Com jogos e brincadeiras, será o momento de explorar sua parte motora, psicomotora, trabalhar o corpo, conhecê-lo, explorá-lo.
Através do seu auto conhecimento, de conhecer como se dá seu aprendizado conseguiremos sanar muitas de suas dificuldades.
O ser humano se constrói progressivamente e em estados de alternância, ora mais emocionais e ora mais cognitivos, auxiliando-nos a avaliar de forma mais concreta o que está acontecendo com BT. Nesse direcionamento, o desenvolvimento é entendido como descontínuo assistemático e como uma construção progressiva. Dito por Dantas de outra forma: “Isto significa que a afetividade depende, para evoluir, de conquistas realizadas no plano da inteligência e vice-versa” (1992, pg. 90).
Acredito que esta prática seja a mais adequada à realidade de BT e, ao mesmo tempo, coerente com os princípios de um modelo mais amplo, que é o da Epistemologia Convergente, que lhe dá sustentação. (BOSSE. P. 1995, p. 83)... através da qual o psicopedagogo irá observar as ações desta criança para, a partir daí, fazer suas intervenções com o objetivo de promover o seu avanço em relação às suas dificuldades.
Bibliografias:
1. DANTAS, Heloysa. A Afetividade e a construção do Sujeito na Psicogenética de Wallon. In: Teorias psicogenéticas em discussão. DE LA TAYLLE, Yves, OLIVEIRA, Marta Kohl. São Paulo: Summus, 1992.
2. BOSSE, Vera R. P. O material disparador - considerações preliminares de uma experiência clínica psicopedagógica. In: Psicopedagogia, Rev. 14 (33), São Paulo, 1995.
3. WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro, DP&A, 2003.
4.
Patrícia Leuck
Afirma-se sobre a intervenção ser uma interferência do profissional dentro do processo de aprendizagem do aluno, não somente de suas dificuldades ou distúrbios, mas também na aprendizagem de um modo geral.
Alicia Fernandez (2001) relata que todo sujeito tem sua modalidade de aprendizagem e os seus meios para construir o próprio conhecimento, e isso significa uma maneira muito pessoal para se dirigir e construir o saber.
A aprendizagem é um fruto da história de cada sujeito e das relações que ele consegue estabelecer com o conhecimento ao longo da vida, como afirma Bossa (2000). Sabemos que quanto maior for estimulo dado às crianças, maior será seu desenvolvimento.
Compreendido o conceito de intervenção e aprendizagem, busquemos subsídios para proporcionar o auto conhecimento de BT, para que possa entender como se dá o processo de construção do seu conhecimento.
Analisar BT como sendo uma criança com dificuldades de aprendizagem, que podem estar aliadas aos transtornos de saúde que ocorreram numa fase de grandes obstáculos funcionais orgânicos, aliados a fatores emocionais, que interferem diretamente em seu desempenho escolar, baseando-nos em conceitos de Wells (2000), que afirma que a prática.
Psicopedagógica deve considerar o sujeito como um ser global. O aspecto orgânico diz respeito à construção biológica do sujeito, a dificuldade de aprender estaria ligada ao corpo. O aspecto cognitivo está relacionado ao funcionamento das estruturas cognitivas, ou seja, na estrutura do pensamento de BT. O aspecto social refere-se à relação do sujeito com a família, com a sociedade, seu contexto social e cultural. E, por ultimo, o contexto pedagógico, como a escola organiza o trabalho de metodologia, avaliação e didática.
Diante de todos estes fatores, buscaremos um procedimento de intervenção que se adequou ao caso de BT, procurando desenvolver com uma nova proposta fundamentada no material disparador, com jogos e atividades psicomotoras, brincadeiras corporais, livros de história para contação e expressão oral, onde a criança desperte, através do lúdico, seu auto conhecimento, corporal, cognitivo e emocional.
Considerações sobre o Material Disparador:
Segundo Jorge Visca, que, idealizou a caixa de trabalho para procurar sanar as dificuldades de aprendizagem, inspirando-se na caixa individual, que a psicanálise da criança utiliza.
Esta caixa seria composta de brinquedos, jogos e materiais que representassem o mundo interno da criança, suas fantasias e medos inconscientes frente ao mundo (BARBOSA, 2000. Pg.35). É preciso considerar alguns aspectos, tais como: estágio de pensamento, interesses ou motivações, déficits de aprendizagem,
sexo, idade, meio sócio-cultural, prognóstico e grau de focalização da tarefa (Visca, 1987, p. 29). Barbosa completa ainda com o nível de apropriação da linguagem escrita, vínculos afetivos estabelecidos com as situações de aprendizagem (2002, p. 36).
Além de materiais, estruturados e não estruturados, a caixa deverá conter materiais básicos que servirão de apoio, tais como: lápis, borracha, régua, apontador e dependendo da necessidade apontada pela avaliação: tesoura cola e revistas para recortar.
Esta caixa é única e exclusiva da criança, pois representa uma importância significativa da sua vida, já que intencionam promover “... a superação ou a minimização das dificuldades de aprendizagem” (BARBOSA, 2000 pg.36).
Além da caixa de trabalho, há profissionais que trabalham com o que Bosse (1995) denominou de material disparador em seu artigo na revista Psicopedagogia: O material disparador - considerações preliminares de uma experiência clínica psicopedagógica.
Nesta citação ela explica porque acredita ser inviável trabalhar com a caixa de trabalho: realidade atual, torna-se praticamente inviável ao psicopedagogo dispor de materiais como: jogos, tesouras, caixas de lápis de cor etc. para uso exclusivo de um único cliente. A menos que o profissional se dedique a atender pessoas de classe econômica alta, o que não me parece ser o objetivo da Psicopedagogia (BOSSE, 1995, p. 81).
Segundo Bosse (BOSSE, 1995, p. 81), o material disparador poderá ser um livro, um jogo, pedaços de tecido, papel de dobradura entre outros.
As substituições também não deverão ser feitas de forma aleatória. Elas deverão responder a questões tais como: "Porque vou substituir este disparador nesta sessão? Porque vou introduzir outro".
Embora simples na aparência tenha um rico significado internamente já que é ali que o sujeito depositará suas construções e elaborações como desenhos, pintura, texto etc. Ela representa "o depositário de conteúdos simbólicos do paciente" (WEISS, 2003, p. 152).
Intervenção de BT:
Fernández (1990) afirma que o diagnóstico, para o terapeuta, deve ter a mesma função que a rede para um equilibrista. É ele, portanto, a base que dará suporte ao psicopedagogo para que este faça o encaminhamento necessário.
É um processo que permite ao profissional investigar, levantar hipóteses provisórias que serão ou não confirmadas ao longo do processo recorrendo, para isso, a conhecimentos práticos e teóricos. Esta investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de intervenções e da “... escuta psicopedagógica...", para que “... se possam decifrar os processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção". (BOSSA, 2000, p. 24).
Em uma primeira sessão, disponibilizar em uma mesa, diversos materiais como: lápis de cor, canetinha, bloco de desenho, tempera, pincel, livros infantis com fantoches, massa de modelar, brinquedos, corda de pular, giz de quadro negro, retalhos, lã, a fim de que BT se identifique com a caixa através do material não estruturado e experimente mudanças através dos diferentes materiais estruturados; explicando que “os materiais que estão sobre a mesa são para você usar aqui, como quiser, para poder aprender mais”.
Piaget, em Psicologia de lá Inteligência, coloca que:
O indivíduo não atua senão quando experimenta a necessidade; ou seja; quando o equilíbrio se acha momentaneamente quebrado entre o meio e o organismo, a ação tende a restabelecer este equilíbrio, quer dizer, precisamente, a readaptar o organismo... (PIAGET apud VISCA, 1991, p. 41).
Em seguida, conversar com BT sobre a caixa e o material: “O que você gostaria de colocar dentro desta caixa para trabalharmos em nossas sessões”?
O propósito da intervenção baseia-se na estimulação da aprendizagem nas seguintes áreas, manipular, seriar, classificar, transportar, juntar, copiar. Portanto falamos em desenvolver o pensamento pré-operacional e operacional, segundo Piaget.
Quero que BT se expresse ao máximo, utilize todas as formas de linguagem que puder. Acredito que assim conseguiremos sanar muitas de suas dificuldades, conhecendo seu corpo através da confecção uma boneca de pano com os retalhos, desenhando o contorno do seu corpo, expressando-se através do desenho e da contação de histórias, brincadeiras lúdicas com corda. Atividades estas que a farão resgatar o tempo perdido devido sua dificuldade orgânica, conhecer seu corpo. Enfim liberta-se para sua aprendizagem.
Considerações finais:
Fazer com que BT vivencie seu material disparador será muito positivo ao seu aprendizado. Ele realizará atividades que instigarão suas inquietudes, inseguranças, dificuldades e até medos. Para Barbosa ela é “um continente, no qual a criança poderá depositar seus conteúdos de saber e de não saber” (2002, p. 35).
No primeiro momento ele escolherá seu material de trabalho, mas seja qual for me mostrará algo, desenhando representará seu mundo interior e exterior. Confeccionando bonecas de pano, seu próprio brinquedo, criará um vinculo afetivo, seu resgate emocional: “como devo cuidar de minha boneca”? “Como mamãe me cuida”?
Com jogos e brincadeiras, será o momento de explorar sua parte motora, psicomotora, trabalhar o corpo, conhecê-lo, explorá-lo.
Através do seu auto conhecimento, de conhecer como se dá seu aprendizado conseguiremos sanar muitas de suas dificuldades.
O ser humano se constrói progressivamente e em estados de alternância, ora mais emocionais e ora mais cognitivos, auxiliando-nos a avaliar de forma mais concreta o que está acontecendo com BT. Nesse direcionamento, o desenvolvimento é entendido como descontínuo assistemático e como uma construção progressiva. Dito por Dantas de outra forma: “Isto significa que a afetividade depende, para evoluir, de conquistas realizadas no plano da inteligência e vice-versa” (1992, pg. 90).
Acredito que esta prática seja a mais adequada à realidade de BT e, ao mesmo tempo, coerente com os princípios de um modelo mais amplo, que é o da Epistemologia Convergente, que lhe dá sustentação. (BOSSE. P. 1995, p. 83)... através da qual o psicopedagogo irá observar as ações desta criança para, a partir daí, fazer suas intervenções com o objetivo de promover o seu avanço em relação às suas dificuldades.
Bibliografias:
1. DANTAS, Heloysa. A Afetividade e a construção do Sujeito na Psicogenética de Wallon. In: Teorias psicogenéticas em discussão. DE LA TAYLLE, Yves, OLIVEIRA, Marta Kohl. São Paulo: Summus, 1992.
2. BOSSE, Vera R. P. O material disparador - considerações preliminares de uma experiência clínica psicopedagógica. In: Psicopedagogia, Rev. 14 (33), São Paulo, 1995.
3. WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro, DP&A, 2003.
4.
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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domingo, 11 de abril de 2010
Eu e minha saúde ( parte 1 )
SITUAÇÃO PROBLEMA:
Onde poderemos encaixar a matemática no conteúdo sobre alimentação? Quanto tempo será que levamos para fazer a digestão? Você sabe o que é IMC? Quanto consumimos de calorias por dia?
OBJETIVOS:
• ressaltar a importância de uma alimentação saudável para o funcionamento de nosso corpo;
• propiciar opções saudáveis para desenvolver hábitos alimentares que lhe tragam uma boa qualidade de vida.
EIXOS TEMÁTICOS:
• Sistema de numeração decimal e números racionais
• Números naturais;
• Operações com números decimais e racionais,
• Grandezas e medidas
CONSTRUÇÕES ESSENCIAIS:
• Leitura, escrita e ordenação dos números racionais,
• Reconhecimento de diferentes significados das frações em situações – problema: parte todo, quociente e razão
• Situações ´problemas envolvendo operações com números naturais racionais e o uso das técnicas operatórias com a compreensão dos processos envolvidos;
• Situações problema envolvendo as operações de adição e subtração de números racionais na forma decimal; porcentagem
• Reconhecimento de unidades de medidas usuais ou sistema métrico decimal.
ABORDAGEM:
1) Analise da tabela dos alimentos consumidos: observe na tabela o tempo de digestão de alguns alimentos. Quais destes alimentos citados demoram mais tempo para ser digeridos? Se o tempo de digestão de um prato de macarronada fosse o dobro do tempo determinado na tabela, quanto seria?
2) Com base na tabela realizada por você, vamos somar as calorias dos aliemtnos. Quantas calorias você consumiu em um dia?
3) Observe esta formula para calcular o IMC ( índice de massa corporal) IMC = peso
Altura X altura
Agora vamos tentar calcular o nosso IMC:
Texto sobre o IMC adequado a cada faixa etária, extraído da zero hora
4) tema de casa: pesquise a quantidade ideal caloria de uma criança de sua idade.
5) Problemas matemáticos sobre calorias, envolvendo multiplicação e divisão.
6) Tema de casa: Embasando-se no texto dos alimentos, retire os números matemáticos existentes. Calcule há quanto tempo existem: os alimentos na américa e o tempo entre o século 15 e 16. Pesquise qual foi o ano da criação da geladeira da luz e do progresso agrícola.
7) Laboratório de matemática: vamos representar em nosso abaco os números encontrados no tema . Agora vamos escrevê-los por extenso no caderno.
8) Você sabe o que é um século e como é representado? Que anos encontramos no século 15? E no 16? Como convertemos os séculos para anos?
9) Texto explicativo sobre séculos.
10) Culinária : faremos uma receita escolhida pelas crianças do nosso livro de receitas, trabalhando medidas e frações. Representar a receita em frações no caderno, agora em medidas. A que conclusão chegamos? Quanto gastamos para realizar a receita?
11) Texto matemático: obesidade no Brasil. Extraído da IBGE Analise do texto. Escreva com todas suas ordens, os numerais do texto que estão na forma simplificada. Problemas matemáticos envolvendo adição e subtração.
( pizza fracionária)
13) Quadro comparativo de obesos no Brasil e crianças obesas no RS. Confecção de gráfico comparativo feito de caixa de leite.
14 Trabalhando com as química dos alimentos : complete o quadro dos aditivos sintéticos presentes nos alimentos industrializados que devem ter consumo restrito: aditivos ( gordura hidrogenada, açúcar, corantes,conservantes, sal, farinha refinadas) Onde é encontrado? Reação causada no organismo
15) Experimentos no laboratório de ciências: è importante mastigar bem, a ação da salivação, a acidez do suco gástrico, o movimento da digestão. e a composição dos alimentos. Relario conclusivo das experiências.
16) Texto : alerta as crianças gaúchas: doenças de adulto na infância- de mal com a balança, extraído da zero hora, 05/04/2010.
17) Faça uma síntese do texto, apontando os pontos mais importantes em sua opinião. Debate.
18) Confecção do portfólio “ os 10 mandamentos contra a obesidade infantil”, onde seão entregues aos pais e feito uma campanha de conscientização na escola para os colegas.
Onde poderemos encaixar a matemática no conteúdo sobre alimentação? Quanto tempo será que levamos para fazer a digestão? Você sabe o que é IMC? Quanto consumimos de calorias por dia?
OBJETIVOS:
• ressaltar a importância de uma alimentação saudável para o funcionamento de nosso corpo;
• propiciar opções saudáveis para desenvolver hábitos alimentares que lhe tragam uma boa qualidade de vida.
EIXOS TEMÁTICOS:
• Sistema de numeração decimal e números racionais
• Números naturais;
• Operações com números decimais e racionais,
• Grandezas e medidas
CONSTRUÇÕES ESSENCIAIS:
• Leitura, escrita e ordenação dos números racionais,
• Reconhecimento de diferentes significados das frações em situações – problema: parte todo, quociente e razão
• Situações ´problemas envolvendo operações com números naturais racionais e o uso das técnicas operatórias com a compreensão dos processos envolvidos;
• Situações problema envolvendo as operações de adição e subtração de números racionais na forma decimal; porcentagem
• Reconhecimento de unidades de medidas usuais ou sistema métrico decimal.
ABORDAGEM:
1) Analise da tabela dos alimentos consumidos: observe na tabela o tempo de digestão de alguns alimentos. Quais destes alimentos citados demoram mais tempo para ser digeridos? Se o tempo de digestão de um prato de macarronada fosse o dobro do tempo determinado na tabela, quanto seria?
2) Com base na tabela realizada por você, vamos somar as calorias dos aliemtnos. Quantas calorias você consumiu em um dia?
3) Observe esta formula para calcular o IMC ( índice de massa corporal) IMC = peso
Altura X altura
Agora vamos tentar calcular o nosso IMC:
Texto sobre o IMC adequado a cada faixa etária, extraído da zero hora
4) tema de casa: pesquise a quantidade ideal caloria de uma criança de sua idade.
5) Problemas matemáticos sobre calorias, envolvendo multiplicação e divisão.
6) Tema de casa: Embasando-se no texto dos alimentos, retire os números matemáticos existentes. Calcule há quanto tempo existem: os alimentos na américa e o tempo entre o século 15 e 16. Pesquise qual foi o ano da criação da geladeira da luz e do progresso agrícola.
7) Laboratório de matemática: vamos representar em nosso abaco os números encontrados no tema . Agora vamos escrevê-los por extenso no caderno.
8) Você sabe o que é um século e como é representado? Que anos encontramos no século 15? E no 16? Como convertemos os séculos para anos?
9) Texto explicativo sobre séculos.
10) Culinária : faremos uma receita escolhida pelas crianças do nosso livro de receitas, trabalhando medidas e frações. Representar a receita em frações no caderno, agora em medidas. A que conclusão chegamos? Quanto gastamos para realizar a receita?
11) Texto matemático: obesidade no Brasil. Extraído da IBGE Analise do texto. Escreva com todas suas ordens, os numerais do texto que estão na forma simplificada. Problemas matemáticos envolvendo adição e subtração.
( pizza fracionária)
12) Texto : obesidade Infantil no RS, extraído da zero hora, 05/04/2010. Analise dos dados, porcentagens do texto. Com os dados obtidos no texto, introduzir frações e porcentagem.
13) Quadro comparativo de obesos no Brasil e crianças obesas no RS. Confecção de gráfico comparativo feito de caixa de leite.
14 Trabalhando com as química dos alimentos : complete o quadro dos aditivos sintéticos presentes nos alimentos industrializados que devem ter consumo restrito: aditivos ( gordura hidrogenada, açúcar, corantes,conservantes, sal, farinha refinadas) Onde é encontrado? Reação causada no organismo
15) Experimentos no laboratório de ciências: è importante mastigar bem, a ação da salivação, a acidez do suco gástrico, o movimento da digestão. e a composição dos alimentos. Relario conclusivo das experiências.
16) Texto : alerta as crianças gaúchas: doenças de adulto na infância- de mal com a balança, extraído da zero hora, 05/04/2010.
17) Faça uma síntese do texto, apontando os pontos mais importantes em sua opinião. Debate.
18) Confecção do portfólio “ os 10 mandamentos contra a obesidade infantil”, onde seão entregues aos pais e feito uma campanha de conscientização na escola para os colegas.
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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sexta-feira, 26 de março de 2010
PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E OFICINAS PSICOPEDAGOGICAS: UMA PARCERIA POSSIVEL PARA O PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER
Patricia Leuck –
Vários podem ser os motivos pelos quais a escola moderna não estar mais correspondendo às formas atuais de organização social. Mas aqui enfocaremos para este, que é atualmente o mais preocupante na atualidade, a evasão escolar.
Em 2007, o Brasil ficou em 76º lugar no ranking da educação Básica, atrás de até mesmo paises menos desenvolvidos. Isso nos leva a uma interrogação: Nossos alunos estão aprendendo de fato? O Ensino no Brasil de fato ocorre?
Grande parte dos alunos do Ensino Fundamental em geral adolescentes, não gostam de ir à escola, pois, se sentem excluídos ou desinteressados. Estatísticas indicam que de 15 a 30 % das crianças em idade escolar sofrem com alguma dificuldade acadêmica. 15% são disléxicas, gerando o terrível problema de reprovação, o sentimento de rejeição e impotência e conseqüentemente a evasão escolar.
A escola busca arduamente buscar respostas à cerca do fracasso escolar e desses alunos que não aprendem, onde Annete Abramowicz (1995, p.29) responde de uma forma bem fundamentada:
Para compreender quem é o repetente, é preciso que se responda algumas questões: Qual é a concepção de linguagem e aprendizagem existente na escola? Quem é aprendiz na percepção dos professores, com quem elas falam enquanto ensinam? O que ensina a professora e o que aprende o aluno?Que tipo de aprendiz é este, que repete no seu processo de aprendizagem, portanto, quem é o repetente do ponto de vista da escola e do aluno?
Daqui para adiante iremos distinguir dificuldades de aprendizagem e evasão escolar. Geralmente há algum tipo de deficiência ou necessidade educacional especifica comprometendo o desempenho escolar e pode causar o fracasso escolar. Já o fracasso escolar reúne uma série de conjunções, interagindo, mobilizando o desenvolvimento do educando e do sistema familiar/escolar/social no qual esta inserida.
Na mesma linha, Fernandez (2001, p.31) reflete:
Um fracasso escolar pode diferenciar-se de um problema de aprendizagem, analisando a modalidade de aprendizagem do aprendente em sua relação com a modalidade de aprendizagem do ensinante da escola. Nas situações de fracasso escolar, a modalidade de aprendizagem do sujeito não se torna patológica: quando se constitui um problema de aprendizagem.
Assim ao discutirmos estes problemáticas educativas, no remete a um consenso geral de autores da educação de que as atividades lúdicas são fundamentais a formação dos jovens e crianças e verdadeiras facilitadoras dos relacionamentos e das vivencias dentro da sala de aula.
Brincar, jogar, relacionar, viver, simular, imaginar e aprender.
Celso Antunes afirma que devemos falar em jogos que atribuam um estimulo ao crescimento, ao desenvolvimento cognitivo, aos desafios ao viver, e não de jogos que promovam a competição entre pessoas, que levam somente a derrota e vitória: “em outras palavras, todo jogo pode ser para muitas crianças, mas sobre a inteligência será sempre pessoal e impossível de ser generalizada”. (ANTUNES, 1998).
Aqui chego em nosso titulo: psicopedagogia institucional e oficinas psicopedagógicas...”, julgo de extrema importância, e ao mesmo tempo lastimo por não ser assim; todas as instituições de ensino usufruírem desta ferramenta importantíssima que são as oficinas psicopedagógicas”.
As oficinas proporcionam momentos de reflexão que mudam o olhar para este aluno, e dele, para com sua dificuldade de aprendizagem. Ele exterioriza seus medos, suas dificuldades de uma forma sutil, sem agredir suas emoções e nos possibilita obter uma visão a qual dentro de sala de aula não conseguimos enxergar.
E para defender minha teoria sobre esta importância cito Winnicott:
É no brincar, somente no brincar, que o individuo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral, e é somente sendo criativo que o individuo descobre o seu eu. (WINNICOTT, 1975, p.80).
As crianças ao brincarem utilizam todo seu cognitivo e emocional. Criam personagens em suas brincadeiras, dão asas à imaginação, interagem com o meio o qual vivem, e estravasam seus medos e frustrações através do que brincam. Brincar para criança é coisa séria.
Passam a entender seu meio, as regras socias, aprendem a ter limites e respeitar o próximo e ao seu meio ambiente.
Explorando a criatividade, o mundo que a cerca, a criança estará formando sua personalidade movida de autoconfiança, criticidade e espírito coletivo.
Assim é quando brincam de casinha, representam os papeis dos adultos que convivem expressando seus medos, frustrações nos seus personagens ou em suas bonecas. Cuidemos como as meninas cuidam de seus bebês para percebermos como são tratadas.
Dentro deste trabalho podemos trabalhar com brincadeiras, jogos, teatro, musica e arte. Depende de nós psicopedagogos saber o que queremos despertar e para que.
1- BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS
O brincar na educação, propicia vínculos entre educando e educador,
Funciona como vivencia ou simulação de experiências e conteúdos, nos aproximando do universo dos alunos. A brincadeira resgata o prazer, a alegria, o poder de imaginar e criar. Faz com que a criança encare seus medos.
Brincar não tem idade, seja criança, adolescente, adulto ou idoso precisa reencontrar-se na brincadeira, aflorar seus sentimentos, conflitos e inseguranças.
É através do brincar que a criança expressa suas emoções, sua linguagem corporal e oral, explora, interage e representa o seu meio . Também é através do brincar que desenvolverá a socialização, entendendo o seu papel social e a dependência que temos do outro.
Assim, ela se formará socialmente e plenamente como ser humano emocionalmente saudável. Concordo com Wallon. Cabe a nós educadores e pais estimular estas emoções constantemente, fazê-los analisar varias possibilidades de enxergar seu mundo, de expressar suas emoções, de confrontar com o que a incomoda. A criança que recebe estímulos tem uma percepção muito mais abrangente de si própria e do outro. Ela precisa de seu corpo e mente libertos para novas descobertas
Nós seres humanos em geral, não só as crianças, sempre estamos nos espelhando em alguém, porém as crianças ainda não estão com sua identidade estruturada. Aqui, temos a missão de darmos bons exemplos para serem espelhados. Crianças reproduzem tudo o que vivenciam, cabe a nós mostrar-lhes o que é saudável para si e para sua convivência social.
Mas devemos ter em mente todo cuidado ao escolher os brinquedos aos quais iremos trabalhar, precisamos ter absoluta segurança de acordo com faixa etária, selo IMETRO, objetivo especifico da brincadeira ou do brinquedo.
2- JOGOS
O jogo é visto como facilitador da estruturação da personalidade e dos processos
Cognitivos, e vem sendo estudado por profissionais das áreas da saúde e da educação.
Nos jogos trabalhamos com regras e limites, erros, soluções problemas, com a.
Atenção criamos estratégias. Uma série de fatores fundamentais à estruturação da aprendizagem.
Dohme afirma que os jogos são de fonte de diversão, mas que também propiciam.
Situações educativas. Diz, ainda, que para a criança o jogo é um fim, pois ela joga por prazer; para o educador, é um meio, que possibilita a vivência dessas situações educativas, cabendo então a ele a escolha dos jogos em função daquilo que se necessita trabalhar.
Há varias classificações para os jogos. Julgo colocar que cabe a cada psicopedagogo
Pesquisar e escolher o que melhor se atribui a necessidade de seus educandos.
3- TEATRO. MUSICA E ARTE
A expressão corporal e emocional é a maior aliada para sanar dificuldades de
Aprendizagem. È aqui que a criança, adolescente, adulto ou idoso se liberta, se reconstrói.
Não podemos deixar de trabalhar em nossas oficinas psicopedagógicas este
Trabalho de expressão, que segundo Teresa Arribas et al cita... O corpo é um instrumento que permite realizar os processos básicos de adaptação ao meio exterior e é o canal de comunicação com os demais seres humanos.
Ao se trabalhar com arte, teatro e música, estaremos estimulando a criatividade e a imaginação: desenvolvendo o pensamento critico; explorando novas formas de expressão; possibilitando o autoconhecimento; desenvolvendo o interesse e a concentração, melhorando o desempenho escolar; auxiliando no tratamento de distúrbios de aprendizagem; lidando com preconceitos e estimulando a cooperação e o companheirismo entre alunos.
Ao se trabalhar com os pais, a oficina oferece a oportunidade de se discutir: a importância da participação dos pais ou responsáveis nos processos escolares. O papel da família no equilíbrio da criança; como lidar com o stress na vida cotidiana e como auxiliar seu filho a lidar com os desafios da vida.
Wallon (1951) coloca a relação afetiva no centro do processo de desenvolvimento
Do caráter e da inteligência da criança. Propondo uma estreita relação entre tono pastoral e tono emocional, e considerando a emoção elemento de ligação entre o orgânico e o social, elabora uma teoria do desenvolvimento que concebe a criança, desde o seu nascimento, como um ser em sociedade. Sendo assim, para este autor, a estruturação do caráter e da inteligência depende, fundamentalmente, das relações estabelecidas entre criança e seus pares.
Aqui também trabalhamos as consciências fonológicas, que é a habilidade de dividir palavras em segmentos separados da fala, percebendo-as como uma seqüência de fonemas. È a reflexão explicita sobre a estrutura sonora das palavras faladas; que pode ser segmentada em palavras, em silaba e as silaba e em fonemas e, que podemos repeti-las em diferentes palavras faladas.
Para que ocorra uma eficácia na alfabetização, a criança precisa desta estruturação bem distinta: rimas e aliterações, consciência das palavras, consciência silábica e consciência fonética.
“Alfabetizar não é apenas ensinar a ver o encontro das letras, mas aprender a ouvir os sons dos símbolos gráficos”.
Algumas atividades como trabalhar prefixos e sufixos, soletrando, ditado fonético auxiliam para a interpretação conceitual que a criança fará da consciência fonológica e semântica. E isto esta bem explicito em interpretações teatrais, brincadeiras com fantoches, na música, enfim em toda expressão oral.
A escola é um espaço fundamental na construção da identidade do individuo, pois atua de forma importante na formação de valores e princípios que irão nortear a vida de seus alunos. Contudo, isso só será possível se houver um ambiente propicio a interação entre profissionais da educação, alunos e responsáveis. Com isso as oficinas aulixiam nesta nova forma de enxergar à qualidade no processo ensino aprendizagem: integração entre objetivos da escola, as necessidades dos alunos, a atuação dos educadores e expectativas dos pais, atuando na transformação de seus alunos e filhos em indivíduos conscientes, críticos e atuantes, que possam colaborar na conquista.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A importância de uma Educação mais abrangente faz com que procuremos novas saídas para suprir as carências encontradas nas intuições de ensino. Propor atividades criativas como uma das saídas viáveis para uma maior integração entre as áreas a fins e para desenvolver valências esquecidas na aprendizagem...
Encerro aqui com uma mensagem que resume toda importância do brincar: “... Quando estou construindo com blocos no quarto de brinquedos, por favor, não diga que estou apenas brincando; porque enquanto brinco, estou aprendendo sobre equilíbrio e formas”.
Quando estou me fantasiando, arrumando a mesa e cuidando das bonecas, por favor, não me deixe ouvir você dizer: ele está apenas brincando. Porque enquanto eu brinco, eu aprendo. Eu posso ser pai ou mãe algum dia.
Quando estou pintando até os cotovelos, ou modelando argila, estou expressando e criando. Quando estou entretido com um quebra cabeça ou com algum brinquedo na escola, não sinta que é tempo perdido, porque estou aprendendo... Hoje sou uma criança e meu trabalho é brincar! (extraído de um vídeo “brincar e coisa séria” do you tube).
Temos urgentemente que resgatar nossa infância, nossa juventude, acabar com a evasão e fracasso escolar. Quem pode nos auxiliar? Todos! Psicopedagogia institucional, instituição, educadores, alunos e pais, engajados nesta luta pela mudança, por buscas de ferramentas com as oficinas psicopedagógicas tornando nossos alunos, educadores e pais sujeitos/autores pensantes.
BIBLIOGRAFIA
HAETINGER, G. A. – Ludicidade e psicomotricidade. Curitiba: IESDE Brasil AS; 2007.
HAETINGER. G.A. – Jogos, Recreação e Lazer. Curitiba: IESDE Brasil, 2006.
COUTINHO. D.K. Pesquisa: o aluno da Educação Infantil e dos Anos Iniciais. Curitiba: IESDE Brasil S.A; 2007.
GRASSI. M.T. Oficinas Psicopedagógicas . Ed. Ver e atual – Curitiba; Ibpex, 2008.
COUTINHO, V. Arteterapia com crianças. 3 ed. Rio de Janeiro: Wak Ed, 2009.
OLIVER. L. Psicopedagogia e arteterapia. 2ª ed. Rio de janeiro: Wak Ed. 2008.
www.youtube.com.br
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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13:40
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Construção da identidade
Mesmo convivendo a tanto tempo, será que nos conhecemos? Somos todos iguais? Permanecemos os mesmos do ano passado?
* Possibilitar o auto e hetero conhecimento dos alunos integrando e socializando suas vivências para a construção de sua identidade e da turma.
Construção de tabelas, reta numérica e pesquisa de dados matemáticos
• Proporcionar conhecimento mutuo, memorização dos nomes e a integração grupal.
• O auto conhecimento e de percepção do outro, ressaltando o poder da imaginação em nossas vidas.
• Entender a matemática como algo corriqueiro em nossa vida diária
• Compreeender o conceito de reta numérica e tabela. E sua importância social.
1) Dinâmica de apresentação: cada um dirá o próprio nome acrescentando um adjetivo que tenho a mesma inicial do seu nome. Ex: Roberto – Risonho.
O seguinte repete o nome do companheiro com o nome do companheiro com o adjetivo e o seu, apresenta acrescentando um adjetivo para o seu nome e assim sucessivamente.
2) Conversação sobre os combinados da sala de aula. Construção do cartaz
3) Conversação sobre a organização do material: margens no caderno, organização das disciplinas e os materiais que deixaremos na escola.
4) Dinâmica “ Minha bandeira pessoal” : O que você valoriza na vida? O que gostaria de mudar em si mesmo? Se você fosse um animal, qual seria? Porquê? O que as pessoas dizem mais admirar em você? Qual seu principal sonho?
5) Apresentação da dinâmica.Questinamento: onde encontramos a matemática aqui ?
6) Elaborar um repertório de situações que utilizamos a matemática no dia a dia ( fazer as anotações no caderno).
7) Tema de casa: Trazer recortes de revistas onde esteja sendo utilizada diariamente a matematica.
8) Elaborar uma listagem com seus dados pessoais relacionando-os à matemática: ( utilizar fita métrica e balança) Fazer as anotações no caderno.
9) Entregar uma folha de desenho para cada aluno, onde criará sua identidade pessoal, completando com seus dados da atividade anterior.
10) Construir o perfil da turma, utilizando a reta numérica e os dados fornecidos pela turma. Mas o que é uma reta numérica? Vamos descobrir ? (após ouvir suas opiniões sobre seus conceitos de reta, passar-lhes o argumento cientifico )
11) Tema de casa: Utilizando seus dados matemáticos, construa sua biografia.
12) tabela. O que é? Para que serve? Construir uma tabela com os dados coletados da atividade dos dados pessoais.
13) Responda as seguintes situações a seguir utilizando a tabela : qual o maior ? O menor? Pesado? mais leve?
14) Qual o resultado da soma do peso de todas as meninas da sala? E dos Meninos?
15) Um elevador têm capacidade para 900kg. Se colocássemos toda turma no elevador o que aconteceria?
16) Atividades com dobro, triplo e quádruplo sobre os dados da turma.
17) Dinâmica da folha de papel: buscar possibilidades para que seu corpo passe por dentro dela. Quantas possibilidades utilizamos para chegar ao resultado final? Mostrar-lhes a tabela e a arvore das possibilidades para analizarmos o resultado.
18) Atividade sobre raciocínio combinatório: Liana vestia-se para vir a reunião de sábado na escola. Separou para vestir: três calças ( uma jeans, uma de ginástica e a outra do abrigo da escola) e quatro blusas ( uma estampada, uma vermelha , uma listrada e uma preta). Ai ficou em dúvida, sem saber que roupa ir a reunião da escola. Imaginou todas as possibilidades. Quantas e quais são essas possibilidades? Sugestão: vocês pode utilizar uma tabela ou a árvore das possibilidades
19) Tema de casa: Construir um texto matemático sobre A Matemática em nosso dia a dia.
1) utilizando a mesma SP1 de matemática, questioná-los sobre suas características físicas: continuam as mesmas do ano passado? O que mudou? Como é seu comportamento emocional? Como gosta de tratar as pessoas? E ser tratado? Quais as relações afetivas que consideram importantes?
2) Em duplas, desenhar o contorno do colega em papel pardo e, em seguida completa-lo com as características físicas da dupla .
3) Fazê-los refletir sobre suas emoções e reações de conflito.
4) Tema de casa: Consultar seus pais e escrever um relato de como eles vêem suas emoções, seus comportamento e personalidade.
5) Trazer uma roupinha e foto de qdo bebê e dados sobre seu nascimento.
6) Música: Emoções – Roberto Carlos. Escutaremos e contaremos . O que sentimos ao escutar esta música? Que emoções nos trouxe a tona?
7) Listem suas características emocionais:
8) Como reagem diante de situações de conflito? Cite-as.
9) Texto de apoio: “ Entenda como sua saúde emocional afeta sua saúde física”. Leitura e comentários sobre o texto.
10) Construa um quadro retirando as citações do texto sobre as emoções e as reações que o corpo sobre:
11) Escolha duas destas emoções citadas e descreva como seu corpo reage a elas:
12) Construir caras de emoções diferentes para serem anexadas no boneco.
13) Construção do painel da identidade utilizando as fotos , roupinhas e biografias deles.
14) Tema de casa: Faça uma tabela de suas preferências quanto: alimentos/ vestuário/cores//esporte e música.
* Possibilitar o auto e hetero conhecimento dos alunos integrando e socializando suas vivências para a construção de sua identidade e da turma.
Construção de tabelas, reta numérica e pesquisa de dados matemáticos
• Proporcionar conhecimento mutuo, memorização dos nomes e a integração grupal.
• O auto conhecimento e de percepção do outro, ressaltando o poder da imaginação em nossas vidas.
• Entender a matemática como algo corriqueiro em nossa vida diária
• Compreeender o conceito de reta numérica e tabela. E sua importância social.
1) Dinâmica de apresentação: cada um dirá o próprio nome acrescentando um adjetivo que tenho a mesma inicial do seu nome. Ex: Roberto – Risonho.
O seguinte repete o nome do companheiro com o nome do companheiro com o adjetivo e o seu, apresenta acrescentando um adjetivo para o seu nome e assim sucessivamente.
2) Conversação sobre os combinados da sala de aula. Construção do cartaz
3) Conversação sobre a organização do material: margens no caderno, organização das disciplinas e os materiais que deixaremos na escola.
4) Dinâmica “ Minha bandeira pessoal” : O que você valoriza na vida? O que gostaria de mudar em si mesmo? Se você fosse um animal, qual seria? Porquê? O que as pessoas dizem mais admirar em você? Qual seu principal sonho?
5) Apresentação da dinâmica.Questinamento: onde encontramos a matemática aqui ?
6) Elaborar um repertório de situações que utilizamos a matemática no dia a dia ( fazer as anotações no caderno).
7) Tema de casa: Trazer recortes de revistas onde esteja sendo utilizada diariamente a matematica.
8) Elaborar uma listagem com seus dados pessoais relacionando-os à matemática: ( utilizar fita métrica e balança) Fazer as anotações no caderno.
9) Entregar uma folha de desenho para cada aluno, onde criará sua identidade pessoal, completando com seus dados da atividade anterior.
10) Construir o perfil da turma, utilizando a reta numérica e os dados fornecidos pela turma. Mas o que é uma reta numérica? Vamos descobrir ? (após ouvir suas opiniões sobre seus conceitos de reta, passar-lhes o argumento cientifico )
11) Tema de casa: Utilizando seus dados matemáticos, construa sua biografia.
12) tabela. O que é? Para que serve? Construir uma tabela com os dados coletados da atividade dos dados pessoais.
13) Responda as seguintes situações a seguir utilizando a tabela : qual o maior ? O menor? Pesado? mais leve?
14) Qual o resultado da soma do peso de todas as meninas da sala? E dos Meninos?
15) Um elevador têm capacidade para 900kg. Se colocássemos toda turma no elevador o que aconteceria?
16) Atividades com dobro, triplo e quádruplo sobre os dados da turma.
17) Dinâmica da folha de papel: buscar possibilidades para que seu corpo passe por dentro dela. Quantas possibilidades utilizamos para chegar ao resultado final? Mostrar-lhes a tabela e a arvore das possibilidades para analizarmos o resultado.
18) Atividade sobre raciocínio combinatório: Liana vestia-se para vir a reunião de sábado na escola. Separou para vestir: três calças ( uma jeans, uma de ginástica e a outra do abrigo da escola) e quatro blusas ( uma estampada, uma vermelha , uma listrada e uma preta). Ai ficou em dúvida, sem saber que roupa ir a reunião da escola. Imaginou todas as possibilidades. Quantas e quais são essas possibilidades? Sugestão: vocês pode utilizar uma tabela ou a árvore das possibilidades
19) Tema de casa: Construir um texto matemático sobre A Matemática em nosso dia a dia.
1) utilizando a mesma SP1 de matemática, questioná-los sobre suas características físicas: continuam as mesmas do ano passado? O que mudou? Como é seu comportamento emocional? Como gosta de tratar as pessoas? E ser tratado? Quais as relações afetivas que consideram importantes?
2) Em duplas, desenhar o contorno do colega em papel pardo e, em seguida completa-lo com as características físicas da dupla .
3) Fazê-los refletir sobre suas emoções e reações de conflito.
4) Tema de casa: Consultar seus pais e escrever um relato de como eles vêem suas emoções, seus comportamento e personalidade.
5) Trazer uma roupinha e foto de qdo bebê e dados sobre seu nascimento.
6) Música: Emoções – Roberto Carlos. Escutaremos e contaremos . O que sentimos ao escutar esta música? Que emoções nos trouxe a tona?
7) Listem suas características emocionais:
8) Como reagem diante de situações de conflito? Cite-as.
9) Texto de apoio: “ Entenda como sua saúde emocional afeta sua saúde física”. Leitura e comentários sobre o texto.
10) Construa um quadro retirando as citações do texto sobre as emoções e as reações que o corpo sobre:
11) Escolha duas destas emoções citadas e descreva como seu corpo reage a elas:
12) Construir caras de emoções diferentes para serem anexadas no boneco.
13) Construção do painel da identidade utilizando as fotos , roupinhas e biografias deles.
14) Tema de casa: Faça uma tabela de suas preferências quanto: alimentos/ vestuário/cores//esporte e música.
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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13:30
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010
Matemática Hoje
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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15:49
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Cartões | Plano de Aula | Matemática | Nova Escola
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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08:49
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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
A EDUCAÇÃO DOS MEUS SONHOS
“Precisamos contribuir para criar a escola que é a aventura que marca, que não tem medo de riscos, por isso recusa o imobilismo. A escola em que se atua, em que se fala, em que se ama, se adivinha, a escola que apaixonadamente diz sim à vida”.
Paulo Freire
Sempre fui uma pessoa idealista e intensa quando se trata de meus projetos, seja pessoal ou profissional. E quando resolvi lutar por eles, largando meu curso de Direito, um estágio na área jurídica em uma empresa promissora assinei minha sentença com meus pais. Mas o que importa é minha realização como ser humano.
Quando assumi duas nomeações no município de minha cidade natal, fui direto para um bairro carente, crianças em vulnerabilidade social. Escola precária, professores desmotivados. Confesso que foi um choque pra mim. Porém não me deixei abalar, a escola poderia ter problemas (e qual não tem?), mas em minha sala de aula faria deles aprendizagem, nossas dificuldades se transformariam em degraus. E assim fomos indo, improvisando, aprendendo a aprender. Passei por muitas adversidades, tive muitas incertezas, muitas desmotivações, muitas frustrações, muitas noites de choro de insatisfação comigo mesma, com o sistema educacional, com a falta de ética. Enfim, lastimas e criticas nunca resolveram situações problema.
Foi ai que ao ler A Pedagogia da Indignação de Paulo Freire 1997. Pg 35. Identifiquei-me com a seguinte fala:... Há algo ainda de que me convenci ao longo de minha longa experiência de vida, de que a de educador é importante parte. Quanto mais e mais autenticamente tenhamos vivido a tensão dialética nas relações entre autoridade e liberdade tanto melhor nos teremos capacitado para superar razoavelmente crises de difícil solução para quem tenha se entregue aos exageros licenciosos ou para quem tenha estado submetido aos rigores de autoridade despótica. A disciplina da vontade, dos desejos, o bem estar que resulta da prática necessária, às vezes difícil de ser cumprida, mas que devia ser cumprida, o reconhecimento de que fizemos é o que devíamos ter feito, a recusa à tentação da autocomplacência nos forjam como sujeitos éticos, dificilmente autoritários ou submissos ou licenciosos. Seres mais bem dispostos para a confrontação de situações limites..
Se alguém, ao ler este texto, me perguntar, com irônico sorriso, se acho que para mudar o Brasil, basta que nos entreguemos ao cansaço de constantemente afirmar que mudar é possível e que os seres humanos não são puros espectadores, mas atores também da história, direi que não. Mas direi também que mudar implica saber que fazê-lo é possível.(Paulo Freire)
Ali, percebi que o que importa é se minha parte esta sendo feita, que educação quero como profissional e mãe. Passei a traçar metas na Patrícia educadora, me sentindo o Cheguevara da educação (risos), juntamente com meus colegas (porque sozinha não se vai a lugar algum) rompemos algumas das barreiras que nos aprisionavam na escola e começamos a construir o nosso ideal de educação para todos, apesar dos esbarros no sistema novamente. Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, exige reconhecer que a educação é ideológica. (Paulo Freire – Pedagogia do Oprimido)
Só que mesmo lutando, buscando este ideal de educação, sentia que faltava ainda muito embasamento teórico a mim como profissional, queria ampliar meus horizontes. Cidade pequena quaisquer algo a mais temos que buscar em outros municípios. Assim deixei em banho Maria minhas idéias por não poder no momento.
Quando surgiu a oportunidade de virmos para Caxias do Sul ferveceu novamente, pois aqui tranqüilamente poderia fazer pós, mestrado e o tão almejado doutorado. Com as emoções borbotando: medo, insegurança, euforia não percebi que teria que deixar minha turma da 4ª série, meus alunos desde a 2ª série (ora no ensino regular, ora no turno integral) que seria dolorido para ambas as partes, mas isso só nos damos conta quando perdemos. Tive um orgulho imenso em poder conviver naquela comunidade de catadores de lixo, prostitutas e de crianças tão cheias de amor, de uma bagagem de vida (apesar de tão pouca idade) que me ensinaram muito. Ensinaram-me a dar valor ao que tenho, a vida. Nunca vou esquecer um fato que marcou muito minha sala de aula, em uma determinada semana estava trabalhando o lixo, reciclagem... Então tive a idéia de convidar a mãe de um aluno para nos dar uma palestra sobre seu serviço de catadora de lixo. Foi muito emocionante ver aquelas senhoras, humildes, mas muito orgulhosa, principalmente valorizada pelo convite, explicando seu trabalho. O seu filho estava deslumbrado, extasiado com o momento. Tenho a absoluta que aquela foi a melhor aula de minha vida.
Por esta razão, concordo com Maira Aranha, quando afirma que... A verdadeira educação deve dissolver a assimetria entre o educador e o educando, pois, se há inicialmente uma desigualdade, esta deve desaparecer à medida que se torna eficaz a ação do agente da educação. O bom educador é, portanto, aquele que vai morrendo durante o processo...(ARANHA, 1989, p.51) naquele momento não era mais eu que conduzia as crianças ao ato de educar e sim aquela senhora, que para muitos nada teria a contribuir com nosso crescimento educativo.
E agora cá estou eu, caminhando para alcançar o que sonho passou por algumas escolas em Caxias, que acrescentaram muito em minha busca. Atualmente trabalho com assessora pedagógica em algumas escolas de educação infantil, e posso perceber que temos muita caminhada pela frente e alguém tem que dar o primeiro passo.
Nietzsche já dizia: “Se quiser ser um homem forte, torne-se mestre de um único objetivo, insista no seu trabalho”.E é isso que quero, persistir, errar, consertar meu erro, buscar novas possibilidades de olhar a educação.
Tento fazer meu objetivo único: a educação. A educação que contribua para formar indivíduos aptos a exercer plenamente todas as potencialidades de seu espírito. Para isso, “... nós educadores também temos que agir e viver para aprender a compreender”.Nietzsche.
Quero um ensino em que a criança seja capaz de se auto-regular dinamicamente e de sentir, processar e gerar respostas a informações afetiva e cognitiva que recupera e recebe do ambiente, que graças a sua vitalidade e curiosidade se constrói e descobre a si mesma: seu corpo, movimentos, expressões e emoções, seus pensamentos e afetos. Desejo uma criança que seja formada a partir dos seus interesses e potencialidades, segundo seu ritmo pessoal de aprendizagem.
Desenvolver um trabalho, respeitando cada etapa de seu desenvolvimento.
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pedagoga/Psicopedagoga Patricia Leuck; Psicóloga Juliana Carvalho Reis; Musicoterapeuta Nicole Ferrari
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15:10
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